Dilma diz que cenário econômico é “copo meio cheio”, mas até o padre está reclamando da crise

Papo furado – À frente de um desgoverno que insiste em uma equação econômica que não fecha, a presidente Dilma Rousseff ousou dizer que o cenário da economia é um “copo meio cheio com viés de alta”. Mesmo diante de uma declaração que só mesmo um ébrio é capaz de acreditar, a imprensa simplesmente se cala na esteira de absurdo sem precedente.

A economia brasileira foi arruinada em uma década, mas para manter o projeto totalitarista de poder o PT insiste em apelar à usina de mentiras que funciona no Palácio do Planalto. Com a inflação real na casa de 20% ao ano, Dilma arrisca dizer que a economia é um “copo meio cheio”, quando na verdade é um copo que ainda está meio vazio porque Deus é brasileiro.

Juntando as pecas da economia é possível avaliar a extensão das mentiras que descem a rampa do Palácio do Planalto. No rastro da crise política que pode levar os EUA à falência, a coação do dólar despencou nos últimos dias no Brasil, o que contribui para o combate à inflação. Mesmo assim, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na última semana elevar mais uma vez a taxa básica de juro, que agora vale 9,5% ao ano, mas deve sofrer nova alta até o final de 2013.

A decisão do Copom se explica por fatores como a inevitável majoração dos combustíveis, o que impactará nos preços das passagens de ônibus em todo o País. De carona devem subir os preços de muitos alimentos, não apenas por causa de algumas entressafras, mas porque o transporte ficará mais caro. Um dos produtos cujo preço tem subido com certa constância é o pãozinho francês, presença obrigatória na mesa matinal do brasileiro. O que compromete sobremaneira o cálculo da inflação oficial, que há muito está fora do centro da meta fixada pelos palacianos.

Fora isso, as tarifas de energia elétrica estão mascaradas por conta de uma manobra que arrancará dos cofres federais alguns bilhões de reais, dinheiro para indenizar as empresas geradoras que aderiram ao projeto populista do governo.

Com o dólar baixo o setor de exportação volta a sofrer, sem contar que o chamado “custo Brasil” impede que os produtos brasileiros sejam competitivos no mercado internacional. A baixa cotação da moeda norte-americana serve para aumentar as importações. Fosse pouco, a alta carga tributária tem levado os brasileiros a baterem seguidos recordes de gastos no exterior. Isso porque vale muito mais à pena comprar nas viagens internacionais. E o turista brasileiro compra de tudo quando está no exterior: de camiseta a roupa de bebê, passando por perfumes e bebidas, tudo acaba na mala de viagem.

Nove entre dez brasileiros já ouviram que a crise está presente em todos os setores. Possivelmente ainda não chegou a atingir os bancos, mas é uma questão de tempo. O ucho.info saiu a campo para conferir essa crise que se alastrou por todos os segmentos. Há dias, em uma feira livre da cidade de São Paulo, uma conhecida vendedora de biscoitos e sequilhos disse que o movimento caiu de forma preocupante.

Há aqueles que dirão que trata-se de um caso isolado. Pois bem, o ucho.info foi até o Ceagesp, o maior centro de distribuição de alimentos da América do Sul. O dono de um negócio que vende queijos e derivados de leite há pelo menos três décadas disse que 2013 está sendo o pior de todos os anos. Em suma, do biscoito ao queijo a crise não encontrou obstáculos.

Mudando de cenário e de segmento, o editor do ucho.info conversou longamente com um competente e requisitado cirurgião plástico, que opera apenas no Hospital Sírio-Libanês. Durante a conversa, o cirurgião revelou um dado assustador. Disse o médico que em julho de 2012 realizou 45 cirurgias, mas que em julho passado conseguiu, como muito esforço, fazer apenas 14 procedimentos cirúrgicos.

A claque palaciana pode alegar que o tal médico é desanimado e não tem fé. Não é o caso, mas vamos à seara da fé. No último dia 6 de outubro, o editor foi a uma missa de sétimo dia em igreja localizada na região dos Jardins, parte nobre e supostamente endinheirada da cidade de São Paulo. Ao final da missa, um preposto do padre toma o microfone e começa a reclamar das poucas doações e a falar da necessidade da igreja de manter em dia seus compromissos. Para não termos uma informação isolada sobre o tema, o editor foi, no último domingo (13), à missa na Catedral da Sé, no centro da cidade de São Paulo. Diante de um público eclético em termos sociais e financeiros, a cena se repetiu. Um preposto do padre tomou o microfone e repetiu as lamúrias do colega que frequenta a igreja dos Jardins.

Ora, diante de uma situação como a que o brasileiro vem enfrentando nos últimos anos, com que moral Dilma Rousseff fala em “copo meio cheio com viés de alta”. Ou será que ela vive em um país que não é o Brasil? Para manter flutuando seu projeto de reeleição, a presidente não se incomoda em abusar da mitomania, mas em alguns momentos é melhor aderir ao silêncio, que quase sempre vale ouro.