Navalha na mão – A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo, mais uma vez, as projeções de crescimento da economia. De acordo com relatório da OCDE, a previsão é de que o PIB verde-louro cresça 2,5% neste ano, enquanto em 2014 o avanço da economia deve ser de 2,2%.
Nas duas situações, os números são menores dos que os anunciados em maio passado, quando a entidade apontava para crescimento de 2,9% do PIB nacional neste ano. Para 2014 a expectativa de avanço da economia era de 3,5%.
Em extenso e detalhado relatório sobre economia brasileira, apresentado nesta terça-feira (22) em Brasília, a OCDE recomenda que o governo brasileiro continue elevando as taxas de juro, como forma de forçar a inflação na direção do centro da meta, que é de 4,5% ao ano, mas que nos últimos tempos tem gravitado muito próximo do teto da mesma (6,5%). Além disse, a organização cobra ajustes na política fiscal e novos investimentos em infraestrutura, algo que o governo petista de Dilma Rousseff ainda não conseguiu solucionar.
“O Brasil se moveu para cima no ranking das maiores economias do mundo”, destaca o documento logo no primeiro capítulo. “Uma questão-chave para o País é que agora é hora de construir em cima dessas conquistas.” O relatório destaca que o País foi exitoso ao conquistar um “crescimento inclusivo”, reduzindo a pobreza e a desigualdade, mas pede novos progressos nesses dois campos. É importante lembrar que entre os dados sobre a economia brasileira que serviram de base para o relatório são distintos da realidade.
Entre as recomendações principais constantes do documento, a primeira delas sugere que o Banco Central conduza com firmeza a política monetária, o que significa elevar a taxa básica de juro (Selic), o que, em tese, levaria a inflação ao centro da meta, situação que ajudaria a “estimular a credibilidade” da política econômica do governo Dilma, que por enquanto vem errando a mão seguidamente.
A grande questão é que os analistas contemplam a economia a partir de seus gabinetes e por meio de números que nem sempre são fiéis à realidade do cotidiano. Nos últimos meses, cresceu o número de setores atingidos pela crise econômica que tem chacoalhado o País. Como noticiamos recentemente, do vendedor de queijo ao cirurgião plástico do mais badalado hospital brasileiro, do açougueiro da esquina ao padre da igreja mais próxima, passando pelo barbeiro e pela vendedora de biscoitos da feira-livre, todos têm reclamado da grave situação econômica em que o País se encontra.