Efeito cascata – Dirigentes da Petrobras e integrantes do governo petista de Dilma Vana Rousseff comemoraram a alta das ações da petroleira na Bovespa, na segunda-feira (28), por causa do anúncio da adoção de um mecanismo automático de reajuste de preços dos combustíveis com base no mercado internacional, mas é preciso cautela. Afinal, se até agora os palacianos resistiram ao aumento dos preços da gasolina e do diesel, causando enormes prejuízos à empresa, com forma de conter a inflação, não há o que festejar.
É sabido que a Petrobras tem acumulado prejuízos bilionários por conta da necessidade de importar combustíveis e revendê-los a preços subsidiados no mercado interno, mas é preciso lembrar que qualquer mudança nessa seara provocará estragos monumentais na economia brasileira.
Líder do PPS na Câmara dos Deputados, federal Rubens Bueno (PR) afirmou nesta terça-feira (29) que a população começará a sentir no bolso, nos próximos meses, o resultado da fracassada política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff. Para o parlamentar, o anunciado aumento dos combustíveis, com o sistema de “gatilhos”, repercutirá em toda a cadeia produtiva, aumentando os preços de alimentos, serviços e mercadorias em geral. O resultado, avalia o deputado paranaense, pode descambar para uma nova escalada da inflação, obrigando o governo a aumentar a taxa básica de juro. Se isso ocorrer, o consumo interno, que tem recuado, está fadado ao fracasso.
“Irresponsavelmente o governo congelou o preço dos combustíveis por um longo período. Agora, diante da situação preocupante da Petrobras, terá que ceder e promover o reajuste. E isso acontece num momento de pressão inflacionária. Não há dúvidas que o impacto no bolso do brasileiro será muito maior agora do que se houvesse uma política clara e de longo prazo para o setor energético brasileiro”, criticou Rubens Bueno.
O deputado afirma que a tibieza do governo relação ao preço dos combustíveis gerou prejuízos para todos. “A Petrobras sofreu ao manter os preços congelados e perder cerca de R$ 3,7 bilhões entre janeiro e setembro. O consumidor, por sua vez, agora terá que arcar nas bombas e nos supermercados com o prejuízo da estatal”, condenou o líder do PPS.
Rubens Bueno alerta ainda que o governo, pressionado por uma nova alta da inflação, ficará obrigado a aumentar a taxa básica de juro, praticamente a única ferramenta que vem utilizando nos últimos anos e que serviu como atalho para arruinar a economia do País em apenas uma década. “E novamente cai por terra outra promessa da presidente Dilma e do PT: a de iniciar uma ofensiva para reduzir os juros brasileiros a uma taxa civilizada”.