Largando na frente – Sempre fiel ao compromisso de informar os brasileiros, o ucho.info esclarece alguns pontos sobre o documento da Polícia Federal que traz o registro da saída de Henrique Pizzolato através do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Horas depois de a matéria ser publicada no site na quinta-feira (21), muitos veículos de comunicação procuraram a Polícia Federal em busca de informações e esclarecimentos. De acordo com as notícias divulgadas, a PF sabia do fato desde a quarta-feira (20), mas não é essa a informação que chegou à redação do ucho.info. Mesmo assim, várias pessoas nos procuraram para saber da autenticidade do documento.
Como afirmamos na matéria e em postagens nas redes sociais, o documento é autêntico e nos foi entregue por pessoa de absoluta confiança, cujo nome mantemos sob sigilo por questões de segurança. E fazemos isso com base no direito constitucional da preservação da fonte.
Muitas foram as especulações ao longo da quinta-feira sobre o tal documento, mas os veículos midiáticos que abriram espaço para o tema não tiveram a dignidade de mencionar que o mesmo foi divulgado por este site, assim como fazemos quando publicamos matérias jornalísticas baseadas em reportagens de terceiros. Nosso comportamento é ético, ao passo que o da concorrência é dúbio, covarde e interesseiro. A Rede Globo, por exemplo, levou a informação aos telespectadores através do Jornal Nacional, mas em nenhum momento citou que o material foi divulgado com exclusividade pelo ucho.info.
Inúmeras foram as mensagens recebidas pelo site informando que se tratava de fraude, mas às 21h40 da quinta-feira consultamos um policial federal que, após acessar o sistema da PF, informou-nos que os dados sobre a suposta viagem de Pizzolato ainda constavam do sistema da corporação. Esse mesmo policial federal confirmou, mais uma vez, a autenticidade do documento, afirmação que contraria todas as informações que surgiram após a publicação da matéria.
Considerando que, com base em declarações de autoridades da Polícia Federal, os dados que constam do documento são improcedentes, a responsabilidade pela inserção dos mesmos no sistema do órgão deve ser apurada, mas é precipitado e leviano afirmar que eventual fraude foi cometida por policial federal.
A situação revelada pelo ucho.info mostra o grau de vulnerabilidade do serviço de imigração brasileiro, que aceita que informações sobre a saída fictícia de um cidadão sejam inseridas na base de dados sem qualquer dificuldade. Vale lembrar que o serviço de imigração da Polícia Federal, que no passado era operado por agentes da própria corporação, hoje está a cargo de funcionários terceirizados.
Para piorar o que já é ruim, um integrante da PF revelou ao site que no aeroporto de Guarulhos os funcionários terceirizados usam a mesma senha, o que coloca a vulnerabilidade do sistema nas alturas. Como disse um policial federal ao editor do ucho.info, as pessoas que atuam no serviço de imigração dos aeroportos não têm faro policial. O que não deixa de ser verdade.
Diante da fragilidade do serviço de imigração que ficou comprovada com o documento divulgado pelo site, não é difícil que um terrorista adentre ao território nacional sem ser incomodado pelas autoridades. O Brasil está a poucos meses da Copa do Mundo, mas o “entra e sai” nos aeroportos do País mostra-se frágil e preocupante. Pizzolato tem dupla cidadania – brasileira e italiana – e é considerado um cidadão livre pelo governo de Roma, pelo menos por enquanto.