Faz de conta – O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central deve anunciar ao final da tarde desta quarta-feira (27) a elevação da taxa básica de juro, Selic, em 0,5 ponto percentual. A previsão é do economista Emerson Marçal, professor e coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia da FGV-SP. “Como as projeções para a inflação medidas pelo IPCA para o próximo ano apontam para um índice dentro da meta, mas ainda elevado, o Banco Central deve optar por aumentar a Selic”, explica Marçal.
Sobre a inflação, Emerson Marçal diz que, neste ano, a inflação deve fechar ligeiramente acima de 5,5% no acumulado em doze meses. Com relação ao Produto Interno Bruto, o professor da FGV-SP acredita que “em 2013, o PIB deve fechar com taxa entre 2,0% a 2,5% de crescimento. Para alcançar melhores resultados, o governo poderia adotar uma política fiscal mais contracionista aumentando o nível de superávit primário e aprofundar uma agenda de reformas microeconômicas importantes”.
A economia brasileira está cambaleante, mas o Palácio do Planalto insiste em maquiar os números para ludibriar a opinião pública. O desespero palaciano é tamanho, que a presidente Dilma Rousseff antecipou a notícia que o PIB de 2012 será revisado para 1,5%, contra o vexatório 0,9% anunciado pelo IBGE.
Enquanto os palacianos insistem em transformar uma mentira escandalosa em falsa verdade, a dívida pública do País ultrapassou a marca de R$ 2 trilhões em outubro, o que exigirá que o próximo presidente eleve a carga tributária para garantir que Brasil seja minimamente governável. O descontrole do governo em relação à política econômica é tão preocupante, que o Banco Central, por um lado, opera para conter a inflação, ao passo que as autoridades apostam no consumo interno para reverter a crise. O pior é que o consumo não se dá na esteira da elevação do poder de compra do cidadão, mas, sim, por meio do endividamento recorde das famílias brasileiras.