Silêncio estranho – Escândalos acontecem debaixo dos olhos da presidente Dilma Rousseff, mas nenhuma palavra é pronunciada pela chefe do Executivo como forma explicar à população o que acontece no âmbito do governo do PT, que chegou ao poder central como a derradeira salvação do universo.
Ainda ministra, a petista Gleisi Hoffmann indicou um pedófilo para assessorá-la na Casa Civil, onde foi responsável pelas políticas federais voltadas a adolescentes. Acusado de dezenas de estupros, muitos contra vulneráveis, Eduardo Gaievski está preso e pode ser condenado a 450 anos de detenção. Gleisi colocou um predador sexual em série para trabalhar a poucos metros da presidente da República, mas Dilma parece não ter se incomodado com o fato.
A presidente pode até não querer falar sobre o assunto, mas bastava demitir a chefe da Casa Civil para mostrar a suposta retidão de um governo que esfarela no bolor da corrupção e do desmando. Nada foi feito porque os interesses do Partido dos Trabalhadores estão acima de qualquer parâmetro de moralidade. Mantém-se na estrutura central do governo uma pessoa acéfala em termos de bom senso, inclusive quando escolhe seus colaboradores. Se Gleisi Hoffmann não tem coragem de falar sobre o assunto, até porque está em campanha política, a presidente tem o dever de explicar o fato e a não tomada de uma atitude.
Mas não é apenas Gleisi a protagonista de escândalos que foram varridos para debaixo do tapete palaciano. Ministra da Secretaria de Relações Institucionais, a truculenta Ideli Salvatti parece ter escapado do escândalo dos helicópteros. De olho no Palácio da Agronômica, sede do Executivo catarinense, Ideli não se fez de rogada e em diversas ocasiões utilizou helicópteros da Polícia Rodoviária Federal para deslocamentos no estado.
Acontece que as viagens foram para tratar de assuntos de campanha e os helicópteros utilizados são os mesmos que a PRF destina ao socorro de vítimas de acidentes nas estradas. A Comissão de Ética da Presidência anunciou a abertura de um processo para apurar os fatos, mas é o mesmo que nada. Assim como Gleisi, a patroa do pedófilo, Ideli é candidata ao governo do seu estado e nada pode interromper esse projeto.
O mais interessante é que sobre o escândalo a “companheira” Ideli Salvatti a presidente também não comentou. Nada tão assustador, pois não merece respeito um governo que nomeia para cuidar da articulação política alguém que se envolveu no imbróglio das 28 lanchas-patrulha, compradas por R$ 31 milhões pelo Ministério da Pesca, pasta que esteve sob o comando da mesma Ideli. Como sempre acontece nessa barafunda petista em que se transformou o Brasil, o caso das lanchas caiu no esquecimento.