Siemens: Geraldo Alckmin continua devendo explicações sobre o caso envolvendo o Metrô e a CPTM

geraldo_alckmin_25Já é tarde – O PSDB faz bem ao enfrentar o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, em sua cruzada fraudulenta para tentar envolver alguns tucanos no imbróglio da Siemens. Não se pode aceitar, em um regime democrático, que um governo comprovadamente bandoleiro institua um Estado policialesco. Tal situação afronta sobremaneira as regras democráticas, devendo ser tratada como um golpe político à altura do partido que o opera.

Fechar os olhos para denúncias de corrupção é, além de irresponsabilidade, prevaricação, mas é preciso conduzir a investigação dentro dos limites da legislação vigente, algo que Cardozo simplesmente ignorou.

Mesmo assim, já passou da hora de o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, dar uma satisfação aos paulistas sobre as denúncias de cartel, superfaturamento e pagamento de propinas no fornecimento de material metroferroviário para o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Como sabem os leitores, ninguém postula um cargo eletivo por patriotismo ou diletantismo. Política é negócio dos bons e privilégio de poucos. Quem não souber operar certamente será barrado na primeira girada da roda da fortuna.

Tão logo o escândalo veio à tona, com o Cade ancorando investigações sobre a formação de cartel liderado pela Siemens, o PSDB alegou que se tratava de uma leviandade do governo federal. Alckmin, por sua vez, disse que o Estado de São Paulo era vítima de um golpe e que o governo paulista tomaria todas as providências para elucidar o caso, inclusive com a instalação de uma comissão externa para apurar um eventual desvio de conduta por parte de servidores.

Acontece que o tempo passou e até agora nenhuma notícia sobre o trabalho da tal comissão de especialistas foi divulgada. Geraldo Alckmin precisa deixar de ser inocente e abandonar os punhos de renda, pois o mais rico e importante estado da federação não carece de governantes que titubeiam diante de uma crise ou escândalo. A receita é cortar na carne, antes que o corte seja feito pelo adversário, que já mostrou ser inescrupuloso.