Pedro Bó – O Congresso Nacional se transformou em uma usina de absurdos. Depois de muita discussão, A Câmara dos Deputados e o Senado Federal votaram e aprovaram a PEC do Voto Aberto, que acabou com o voto secreto para a cassação de mandato parlamentar e análise de vetos presidenciais. De fora ficaram a eleição dos integrantes das Mesas Diretoras de ambas as Casas legislativas e a indicação de autoridades no âmbito federal.
A discussão sobre o processo de cassação do mandato do mensaleiro José Genoino ainda dominava a pauta da Câmara quando algum herdeiro de Aladim lembrou que é necessário um projeto para adequar o regimento interno da Casa à Emenda Constitucional, que já foi promulgada pelo Congresso.
Trata-se de mais uma absurdo legislativo, pois essa adequação deveria ser automática, por meio de dispositivo da própria PEC, e implementada pelo corpo jurídico da Câmara e do Senado, sem qualquer perda de tempo e gastos extras, uma vez que o Parlamento brasileiro já é conhecido internacionalmente como um escoadouro do suado dinheiro do contribuinte.
Se um legislador não tem competência suficiente para desenvolver um projeto que seja minimamente lógico no âmbito da aplicabilidade e fuja da rota da burocracia, é porque o Congresso Nacional tornou-se um monstrengo que serve apenas para abrigar um clube privado de negócios milionários e acintosos, que beneficia apenas os próprios frequentadores.
Política, como se sabe, é negócio milionário e privilégio de poucos, mas a falta de inteligência da maioria dos políticos está levando o Brasil ao atraso. Não é possível conviver em um cenário em que reina a ignorância e o óbvio precisa ser explicitado, com direito a manual de explicações. Mudar o Brasil é possível e urgentemente necessário, mas se nada for feito de imediato o País continuará sendo terreno fértil para os totalitaristas.