Sarney deve aproveitar viagem à África do Sul para aprender como acabar com o Apartheid do MA

jose_sarney_41Lições na fonte – A viagem da presidente Dilma Rousseff à África do Sul, onde acompanhará o velório de Nelson Mandela, pode trazer ao menos um dividendo para o Brasil. Quando os relógios brasileiros marcarem 1 hora de terça-feira (10), horário de Brasília, o avião presidencial deve estar tocando a pista do aeroporto de Johanesburgo. Desembarcarão em solo sul-africano, além de Dilma e o séquito de assessores, os ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Luiz Inácio da Silva, todos convidados da petista.

A esperança de que algo de positivo ocorra nesta viagem oficial está em José Sarney, o caudilho que transformou o Maranhão em reduto de miséria e desmandos de toda ordem, como se povo do estado não merecesse viver em condições minimamente dignas, já que os donos do poder local vivem como verdadeiros nababos. Sarney instalou no Maranhão uma versão nacional do Apartheid sul-africano, mas ao que parece o “coronel” não externa qualquer sinal de preocupação em relação ao tema.

Mandando e desmandando no Maranhão há cinco décadas, Sarney deveria tirar lições dos resultados práticos do que foi o fim do Apartheid, um regime criminoso de segregação racial imposto pelos brancos na África do Sul.

Quem conhece minimamente o Maranhão consegue avaliar a extensão do estrago produzido pelos cinquenta anos de domínio político da “famiglia” Sarney, que nas poucas ocasiões em que foi derrotada usou de artifícios rasteiros para derrubar os adversários.

À frente de um das mais pífias administrações estaduais, a governadora Roseana Sarney, herdeira política do tiranete do Apartheid maranhense, não consegue sequer cumprir as promessas do mandato anterior, quando defenestrou do cargo o pedetista Jackson Lago na esteira de um processo covarde e de encomenda. Em 2010, de olho na reeleição, Roseana prometeu entregar, naquele ano, 72 novos hospitais, mas três anos depois apenas 29 foram entregues. Desse total, muitas unidades funcionam de forma precária por causa da falta de equipamentos ou de pessoal qualificado.

Para a “famiglia” Sarney a saúde do maranhense pouco importa, pois quando os membros do clã adoecem sempre há um jato executivo à disposição, cedido por algum empresário interesseiro, para decolar rumo a São Paulo, onde a horda “sarneyzista” frequenta os melhores hospitais do País, como Sírio-Libanês e Albert Einstein. Para se ter ideia do absurdo em que se transformou o Maranhão, José Sarney não teve coragem de tratar de uma pneumonia em hospital particular da capital São Luís.

Se o que ocorre no Maranhão,inclusive na capital, não for um escandaloso Apartheid com a chancela da “famiglia”, que o letrado e acadêmico José Sarney explique o que é, pois nem mesmo os pretéritos moradores da sul-africana Soweto seriam capazes de passar uma temporada na terra do arroz de cuxá.