Delegacias privativas do esporte é o mais novo factóide de um governo incompetente e corrupto

aldo_rebelo_10Lâmpada maravilhosa – O Brasil firma-se cada vez mais na condição de país do “faz de conta”. Enquanto o partido que comanda o poder central se envolve em seguidos escândalos de corrupção e desmandos de toda ordem, o noticiário nacional tem servido como cortina de fumaça para a usina de mazelas em que se transformou a legenda. A prisão dos mensaleiros e as graves denúncias feitas pelo delegado Romeu Tuma Júnior no livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado” são fatos de gravidade incontestável, mas o PT prefere fingir que a situação e de plena tranquilidade.

Para tirar da cartola palaciana mais um factóide, os ministros da Justiça e do Esporte, José Eduardo Martins Cardozo e Aldo Rebelo, respectivamente, decidiram que a saída para conter a violência nos estádios é criar uma delegacia especializada. Ou seja, para essa dupla de gênios as delegacias que já existem não têm condições de cumprir o que determina a legislação do País.

Os atos de vandalismo e selvageria que são constantes nos estádios de futebol são praticados por criminosos que se escondem sob a camisa desse ou daquele clube, não por torcedores ou apaixonados por futebol. Para delinquentes convictos e conhecidos basta a aplicação da lei, sem qualquer privilégio. A criação de uma delegacia especializada é, sem dúvida, um privilégio desnecessário, mas servirá para o governo petista de Dilma Rousseff fazer de conta que é excepcional, quando na verdade é uma ode à incompetência.

Enquanto as imagens da selvageria que emoldurou a partida entre Atlético e Paranaense e Vasco da Gama, em Joinville, continuarem dentro do prazo de validade, o Palácio do Planalto aproveitará para pegar carona em um fato que surgiu de forma inesperada e que tem servido para anestesiar a população, que com isso não se dá conta das muitos absurdos que se esparramam pelo País com a chancela palaciana.

As chamadas torcidas organizadas, que são verdadeiras quadrilhas formadas por criminosos profissionais, têm ligação visceral com a diretoria da extensa maioria dos clubes brasileiros. A relação criminosa é de tal forma consentida, que os clubes despejam muito dinheiro no caixa dessas torcidas organizadas, que há anos servem de emprego para algumas dezenas de delinquentes.

De nada adianta anunciar medidas futuras para punir os vândalos dos estádios, se os cartolas do futebol continuarem financiando a atuação transgressora das torcidas organizadas. Às autoridades e aos cartolas pouco importa se aqui e acolá morre um ou outro torcedor na esteira da violência que cresce assustadoramente nas arenas esportivas. No momento em que algum dirigente de futebol for preso por financiar facções criminosas – assim devem ser encaradas as torcidas organizadas -, quem sabe a violência nos estádios diminua. Enquanto nada for feito, esses marginais do futebol continuarão espalhando terror nos estádios brasileiros.

Do lado do governo, José Eduardo Cardozo e Aldo Rebelo perderam a oportunidade de manter o silêncio, pois o que acontece nos estádios é reflexo imediato do que ocorre no seio de uma sociedade que ao longo dos anos passou a acreditar na impunidade. Algo que Lula, o alcaguete lobista, cultua desde que chegou ao Palácio do Planalto.