Dinheiro de sobra – A sanha arrecadatória do governo federal parece não ter limites. No contraponto, o governo devolve muito pouco e mal o dinheiro pago pelos contribuintes em forma de impostos e outros penduricalhos tributários. Em novembro, a arrecadação do governo bateu recorde para o mês e ultrapassou a barreira de US$ 1 trilhão no acumulado dos onze primeiros meses ano, conforme informou a Secretaria da Receita Federal nesta segunda-feira (16). De acordo com dados do Leão, em novembro foram arrecadados R$ 112,5 bilhões em impostos, contribuições federais e outras receitas – o maior valor neste mês.
Que o Estado não tem piedade diante do suado dinheiro do contribuinte todos sabem, mas é inaceitável que a contrapartida seja tão pífia. Com tanto dinheiro entrando nos cofres federais, o desgoverno da petista Dilma Rousseff consegue o milagre de fazer poucos investimentos. E não se deve confundir promessa de investimento com investimento propriamente dito.
Desde as manifestações de junho e julho passados, Dilma ordenou aos estafetas palacianos a criação de uma agenda positiva, como forma de responder às roucas vozes das ruas. De lá para cá, o que se viu foi uma sequência de eventos oficiais, nos quais tem sobrado promessas e anúncios de realizações.
Ciente de que os números da economia não lhe garantem um sono tranquilo, Dilma Rousseff já está em campanha pela reeleição. Tudo financiado com o dinheiro da população, como se o brasileiro madrugasse para custear a maluquice eleitoral de um partido que ao longo de uma década escancarou sua vocação quadrilheira.
Com disposição para participar de qualquer tipo de evento, até porque precisa enganar a opinião pública acerca da crise econômica, Dilma tem abusado da desfaçatez e entremeado seus discursos recheados de promessas com cerimônias de entrega de máquinas e equipamentos a prefeituras, de preferência às comandadas por correligionários ou integrantes da chamada base aliada. Isso mostra que o governo do PT continua avesso ao planejamento e Dilma sem saber o que fazer com tanto dinheiro.
O pior nesse cenário desolador é o fato de a oposição não ter competência para reagir às bizarrices de um governo que cada vez mais atola na incompetência, na corrupção e do desmando. Com a máquina do governo nas mãos e um punhado de promessas absurdas, Dilma deverá, mesmo assim, tem chance de continuar no Palácio do Planalto por mais quatro anos. A não ser que em breve surja um candidato com coragem para apontar o indicador na direção do Palácio do Planalto.
