Seis por meia dúzia – Confirmando informação divulgada por este site há meses, a eventual ida do petista Aloizio Mercadante para a Casa Civil é um dos mais comentados assuntos nos bastidores políticos e do próprio PT. Mercadante deverá substituir na pasta a companheira de legenda Gleisi Hoffmann, candidata do partido ao governo do Paraná no próximo ano.
Caso confirme essa troca, a presidente fará apenas uma substituição de gêneros, pois ambos, Gleisi e Mercadante, são igualmente incompetentes e arrogantes. Da mesma forma que são personagens de escândalos que em qualquer lugar do planeta já teriam rendido processos e até expulsão partidária.
A atual chefe da Casa Civil não apenas tinha escolhido um pedófilo e estuprador serial de menores para coordenar sua campanha rumo ao Palácio Iguaçu, mas levou o delinquente sexual para ser seu assessor especial em Brasília. Eduardo Gaievski, que está preso na penitenciária de Francisco Beltrão, no interior do Paraná, trabalhou durante meses ao lado da presidente da República e por ironia da própria chefe da Casa Civil assumiu o comando dos programas federais para menores, como construção de creches e combate ao crack. Algo como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro, mas Gleisi sequer explica a barbárie política que cometeu, assim como Dilma, que adotou silêncio estranho diante do escândalo. A mudez das duas leva a crer que os brasileiros não merecem uma explicação sobre o caso.
Gleisi Hoffmann, que espera conquistar nas urnas a preferência dos eleitores paranaense, tem se mostrado uma censora voraz. Além de processar o editor do ucho.info, que criticou – e mantém a crítica – o empenho da ainda ministra para prejudicar as Apaes, Gleisi se vale do cargo para censurar perfis em redes sociais que trazem comentários considerados negativos. Ou seja, a incompetente Gleisi Hoffmann pensa que é dona do mundo e por isso pode tudo, inclusive atropelar o direito constitucional da livre manifestação do pensamento.
Já Aloizio Mercadante, que como senador protagonizou um vexatório espetáculo – ele renunciou à liderança do PT no Senado em caráter irrevogável, mas revogou sua decisão após carraspana de Lula –, esteve no centro do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Dossiê Cuiabá” ou “Dossiê dos Aloprados”. Petistas se envolveram em uma operação criminosa, em 2006, para produzir um conjunto de documentos apócrifos contra tucanos, com o objetivo de prejudicar, à época, as candidaturas de Geraldo Alckmin e José Serra, que naquele ano concorriam à Presidência da República e ao governo paulista, respectivamente.
Mercadante era o candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, e o coordenador da sua campanha, Hamilton Broglia Feitosa Lacerda, que foi filmado em um hotel da capital paulista entregando dinheiro a Gedimar Pereira Passos. Policial federal aposentado, Gedimar integrava o comitê da campanha à reeleição de Lula e foi escolhido pelo PT para fazer o pagamento do criminoso e falso dossiê contra os tucanos.
Aloizio Mercadante, que na condição de senador nada fez pelo mais importante estado brasileiro, São Paulo, simplesmente alegou desconhecer os fatos, como é praxe entre os petistas, e limitou-se a ejetar Hamilton Lacerda da coordenação da campanha.
Em suma, confirmada a troca de cadeiras, Dilma manterá a Casa Civil sob o comando de covardes incompetentes, que se esquivam de escândalos com a chancela estelar do partido que ao longo dos últimos dez anos demonstrou clara intimidade com a delinquência política.
