Desatando nós – Um complexo enxadrismo político no Maranhão tem tirado o sono da “famiglia” Sarney e seus seguidores, todos responsáveis por transformar a terra do arroz de cuxá no mais miserável estado brasileiro, onde, com a covardia do senador José Sarney, reina uma versão verde-loura do regime do Apartheid.
Atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney vive um dilema político sem precedentes. Não bastasse a crise que se alastrou pelos presídios do estado, com direito a uma onda de barbáries e assassinatos, a filha do caudilho agora está às voltas com a sua sucessão, pois o candidato oficial, Luis Fernando Silva, parece não decolar, nem mesmo com a ajuda dos veículos de comunicação de propriedade da “famiglia”.
Secretário de Infraestrutura em um estado onde a infraestrutura se divide entre o pífio e o caótico, Luís Fernando foi incensado durante reunião política comandada por José Sarney e com a presença de todos os seus obedientes aliados. Roseana, que sonha em voltar ao Senado Federal, não tem certeza se deixará o Palácio dos Leões em abril próximo, cumprindo o que determina a legislação. Isso porque sem a sua presença à frente do Executivo maranhense a possibilidade de derrota de Luís Fernando cresce ainda mais.
No caso de Roseana cumprir o mandato de governadora até o final, a “famiglia” Sarney ficará, a partir de 2015, sem nenhum representante no Senado Federal, pois o pai já anunciou sua aposentadoria da política, algo para se duvidar.
A saída para Roseana e também para o grupo de José Sarney seria uma virada de mesa, na tentativa de derrotar Flávio Dino, atual presidente da Embratur e candidato do PCdoB ao governo do Maranhão. E as chances de Dino crescem a cada dia, principalmente porque está cada vez forte a frente de oposição. A reviravolta seria Roseana Sarney renunciar ao mandato para concorrer ao Senado, mas antes seria necessário escolher outro candidato para participar da disputa pelo governo estadual. O nome mais ventilado nos bastidores é o do senador licenciado e atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também do PMDB, que tem mais cacife político do que Luís Fernando Silva. Sem contar o dinheiro para a campanha.
Acontece que se Roseana deixar o governo, a Assembleia Legislativa maranhense terá de promover uma eleição indireta para escolher um novo governador, uma vez que o vice, o petista Washington Luiz, já renunciou ao cargo para ficar à beira do caminho que leva ao Tribunal de Contas do Estado. Até porque, o clã precisa cada vez mais de aliados no TCE para aprovar as contas de um desgoverno vergonhoso e desastroso. Se não for guindado ao Tribunal de Contas, Washington lavaria as mãos e ficaria livre para acompanhar o seu partido, o PT, no apoio a Flávio Dino.
Acontece que uma eleição indireta no Maranhão pode ter o efeito surpresa. Ex-governador, José Reinaldo Tavares é um nome que vem ganhando força para uma eventual vacância do principal gabinete do Palácio dos Leões. Ex-aliado da “famiglia” Sarney, José Reinaldo tornou-se um adversário figadal do grupo.
No contraponto, deixar Luís Fernando Silva a pé no meio do processo eleitoral pode se transformar em tiro pela culatra. A opção seria lançar Silva como candidato ao governo tampão, já que a “famiglia” Sarney controla de certa forma o Legislativo maranhense.