Medrosa de ocasião – A crise que se instalou no sistema penitenciário maranhense mostra não apenas a incapacidade da governadora Roseana Sarney (PMDB) de lidar com o problema, mas a inoperância escandalosa de um desgoverno que tem levado o Maranhão ao noticiário nacional pela via crucis. Integrante do grupo político que em cinco décadas arruinou o Maranhão, transformando-o no mais miserável estado brasileiro, Roseana é uma verdadeira ode à incompetência.
Governando o estado como se fosse uma espécie de fantoche do pai, o caudilho José Sarney, Roseana não teve coragem suficiente, até então, para demitir o secretário estadual de Segurança Pública, Aluísio Mendes, algo que qualquer governante minimamente sério já teria feito sem pensar duas vezes.
Apesar do caos que se instalou no Maranhão, principalmente na capital São Luís, a “famiglia” Sarney tem uma dívida impagável com o atual secretário de Segurança Pública, que não consegue vencer o poderio do crime organizado que domina os presídios locais. Coube a Aluísio Mendes, de posse de informações privilegiadas, informar ao empresário Fernando Sarney sobre as entranhas da Operação Boi Barrica (rebatizada como Faktor), evitando que o filho do senador José Sarney fosse preso sob a acusação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre outros crimes.
Para que o leitor avalie a forma como o Maranhão vem sendo governado nas últimas décadas, Aluísio Mendes, apesar do fiasco de sua gestão na Secretaria de Segurança Pública, é o candidato da “famiglia” Sarney à Câmara dos Deputados. Ou seja, não bastam os incompetentes que frequentam o Congresso Nacional como mandato parlamentar debaixo para adular José Sarney, agora a governadora quer colocar mais um incompetente amestrado para representar o Maranhão no Legislativo federal.
O clã transformou o Maranhão em uma espécie de capitania hereditária, mas os integrantes do grupo, que vivem como nababos em meio a um oceano de miséria, tratam o assunto com deboche, o que mostra que José Sarney conseguiu instalar no estado uma versão nacional do Apartheid, regime segregacionista que fez história, infelizmente, na África do Sul.
Escandalosamente vilipendiado em todos os seus direitos, até mesmo nos mais básicos, o sofrido povo maranhense precisa dar um basta a essa ditadura camuflada e silenciosa que perdura desde que o também caudilho Vitorino Freire saiu de cena. Somente quem conhece a realidade do Maranhão consegue avaliar a extensão do caos que toma conta de um estado que jamais poderia ter status tão vexatório, como o de mais miserável da federação, até porque há muitas riquezas na região a serem exploradas. O que não acontece porque Roseana Sarney é a “fulanização” da incompetência.