Copom eleva Selic pra 10,5% ao ano e prova que o fantasma da inflação corre solto pelo País

juros_19O céu é o limite – A expectativa do mercado financeiro era de alta de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juro, mas o Banco Central parece ter ouvido alguns analistas, que apostavam em elevação de 0,5 ponto percentual da Selic.

Em comunicado divulgado há instantes, o Banco Central foi econômico ao informar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que nem mesmo nas entrelinhas deu alguma pista sobre futuras elevações da Selic. A sétima alta consecutiva da taxa básica de juro mostra que a mecânica da inflação oficial é muito mais forte e preocupante do que muitos acreditam. Esse movimento, que vem aterrorizando os brasileiros, já é sentido com facilidade na inflação real, aquela que os cidadãos enfrentam diariamente, inclusive quando dormem.

Elevar a taxa Selic acima do que o mercado aguardava é prova inconteste de que é um fiasco a política econômica do governo petista de Dilma Rousseff, que insistiu em alongar por muito tempo medidas que só funcionam de maneira pontual.

O grande erro dos ocupantes do Palácio do Planalto foi apostar todas as fichas no consumo interno como estratégia para enfrentar os efeitos colaterais da crise financeira internacional, que começou em 2008 nos Estados Unidos. Embalados pela soberba, os palacianos não trataram do assunto com a devida responsabilidade, acreditando que a crise seria, como disse o lobista Lula, uma reles “marolinha”. Acontece que muitas das grandes economias globais fizeram a lição de casa e já começam a se distanciar da crise.

A situação do Brasil é visivelmente desconfortável, pois o País vive um coquetel perigoso, cujos ingredientes são inflação resistente e queda do consumo. Isso fez com que a produção industrial caísse durante meses seguidos, impactando também na geração de empregos.

Considerado atípico por causa do Carnaval, da Copa do Mundo e das eleições, 2014 será um ano de muitas dificuldades para todos os brasileiros, pois não há como o governo federal reverter o atual quadro sem cortar drasticamente os gastos públicos. Isso é quase impossível em ano eleitoral e com uma presidente incompetente que pretende arrancar das urnas mais um mandato de quatro anos.