Inábil, mas seguindo conselhos, Dilma chama Michel Temer para conter eventual intifada do PMDB

michel_temer_29Diplomacia zero – Que o PT governa o Brasil como se fosse um boteco de esquina todos sabem, mas a inabilidade política presidente Dilma Rousseff transformou o Palácio do Planalto em uma borracharia de beira de estrada, onde prevalecem as marteladas. Responsável maior por um governo que conseguiu turbinar a crise econômica e deixar de fazer os investimentos necessários no País, Dilma continua creditando que a base aliada lhe deve favores e por isso precisa apoiá-la no projeto de reeleição.

Com a reforma ministerial surgindo no horizonte da capital federal, o PMDB se assanhou e exigiu mais um ministério para não desembarcar do governo. E a pedida foi o Ministério da Integração Nacional, cujo orçamento é bilionário. Em conversa com o vice-presidente Michel Temer, Dilma simplesmente rechaçou o pleito do PMDB, o que obrigou a cúpula do partido a convocar uma reunião dos caciques para decidir sobre o futuro. O encontro acontece nas próximas horas, em Brasília, e terá Michel Temer como comandante.

Adepto confesso do fisiologismo, o PMDB dificilmente desembarcará do governo, até porque as pastas que controla dão ao partido uma visibilidade político-eleitoral considerável, o que não pode ser descartado em ano de eleições. Apesar de usar a ameaça como massa de manobra, o PMDB acionou, na terça-feira (14), o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que cada vez mais tem poder de decisão no desgoverno da “companheira” Dilma.

O contato dos peemedebistas com o ex-metalúrgico foi o suficiente para que Dilma mudasse de ideia acerca dos pedidos do maior partido da chamada base aliada. A presidente reuniu-se novamente, nesta quarta-feira (15), com Michel Temer para buscar uma solução de consenso, mas dificilmente o partido ganhará mais uma cadeira na Esplanada dos Ministérios. O máximo que Dilma concederá ao partido são cargos em autarquias ou em bancos federais.

Apesar de por enquanto prevalecer a tendência de que o PMDB seguirá com Dilma, não se deve descartar a possibilidade de uma rebelião intramuros, o que faria com o partido migrasse para a oposição nas eleições de outubro próximo. Isso só acontecerá se a situação de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto mudar de forma radical. Em suma, o PMDB jamais trocará o certo pelo incerto. E a questão ideológica do velho MDB foi pelos ares há muito tempo. O que confirma a tese de que para os quem têm vocação e estômago a política é o melhor e mais rentável de todos os negócios.