Gleisi faz discurso de campanha na posse do companheiro Mercadante, mas evita falar sobre o pedófilo

gleisi_hoffmann_21Sonífera ilha – No enfadonho discurso de despedida que teve lugar na manhã desta terça-feira (4), no Palácio do Planalto, durante cerimônia de transmissão da chefia da Casa Civil ao também petista Aloizio Mercadante, a censora paranaense Gleisi Hoffmann desfiou suas realizações à frente da pasta, como se o governo do PT fosse o mais ativo de todos os tempos. Gleisi integrou uma equipe de incompetentes que justifica a paralisia do governo, mas fez questão de discursar com vistas à sua campanha rumo ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo do Paraná.

A ex-ministra da Casa Civil falou muito e disse quase nada, mas não teve coragem de abordar a questão do pedófilo Eduardo Gaievski, possivelmente a sua maior realização na pasta mais importante do governo federal. Acusado de dezenas de crimes sexuais, muitos deles estupros de vulneráveis (menores de 14 anos), Gaievski foi levado por Gleisi à casa Civil na condição de assessor especial. Mesmo com crimes de natureza hedionda no currículo, Eduardo Gaievski trabalhou durante meses a poucos metros do gabinete da Presidência, o que mostra a fragilidade da segurança do Palácio do Planalto.

Como já noticiamos reiteradas vezes, qualquer pessoa indicada para cargos de confiança (DAS) tem a vida vasculhada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que têm o dever de recomendar às autoridades competentes os resultados da apuração. No caso de Gaievski, alguém ignorou as recomendações do GSI e da ABIN e bancou a indicação do delinquente sexual. Trata-se de um colossal absurdo, pois a principal autoridade do País não pode tornar-se vulnerável a ponto de permanecer na mira de um criminoso. É verdade que o PT tem mostrado sua inconteste vocação para a delinquência política, mas esse tipo de situação é inadmissível.

Gleisi Hoffmann guindou Gaievski à assessoria da Casa Civil, mesmo sabendo do seu currículo criminoso, porque o pedófilo fora escalado para coordenar a campanha da petista ao governo paranaense. Ou seja, Gleisi intentava transformar a Casa Civil em comitê de campanha com o suado dinheiro do contribuinte.

Quem entende minimamente de política não demora a perceber que o Brasil não pode mais ser classificado como país do futuro. Basta analisar as “ilustres figuras” que passaram pela Casa Civil desde a chegada de Lula ao Palácio do Planalto: José Dirceu, Dilma Rousseff, Erenice Guerra, Antonio Palocci Filho e Gleisi Hoffmann. Para completar a lambança, a presidente convidou o “companheiro” Aloizio Mercadante para assumir a pasta. Para quem não se recorda, Mercadante foi, no passado, um deputado federal inexpressivo e gazeteiro. Como senador nada fez pelo estado de São Paulo, cujos eleitores inadvertidamente lhe conferiram pouco mais de 10,5 milhões de votos. No Senado protagonizou espetáculos pífios, como a revogação do irrevogável. Na sequência, pegando carona na bolha de virtuosismo lançada por Lula, o agora chefe da Casa Civil inovou ao inaugurar o autoplágio.

A Casa Civil já viveu dias melhores, com figuras do naipe de Golbery do Couto e Silva e Leitão de Abreu. Enfim, como disse um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.