Obra desnecessária – Um dos quatro “elefantes brancos” que surgiram no rastro dos preparativos para a Copa do Mundo, a Arena da Amazônia apresentou problemas no dia da inauguração, apesar de a obra não estar totalmente concluída. Na partida entre Nacional (AM) e Remo (PA), pela Copa Verde, os 20 mil torcedores que foram ao novo estádio encontraram falhas de acabamento, sujeira da obra e corrimões soltos.
Uma das preocupações da Polícia Militar amazonense durante a partida era com o parapeito de vidro que contorna o estádio. Muito torcedores preferiram acompanhar o jogo de pé e debruçados sobre o parapeito, situação que obrigou os policiais a intensificar a fiscalização para impedir que pessoas se apoiassem na estrutura de vidro.
Outro problema foi a falta de vagas de estacionamento, que rapidamente provocou uma confusão no local. Outro detalhe do estádio que preocupou as autoridades foi a dificuldade para os torcedores deixarem o estádio após a partida. Fora isso, bares improvisados dentro da moderna arena chamaram a atenção do público. Para os integrantes da Unidade Gestora da Copa (UGP), a Arena da Amazônia precisa de “ajustes”.
Como é de conhecimento dos leitores, o futebol amazonense é quase inexpressivo se comparado com o de outros estados e a construção da arena foi um dos absurdos do projeto da Copa de 2014. Para exemplificar a extensão da barbaridade cometida com o dinheiro público, a Arena da Amazônia receberá apenas quatro partidas do mundial de futebol.
Questionado sobre o legado da arena, cuja manutenção custará R$ 500 mil mensais, o governador Omar Aziz (PSD) se irritou e mostrou sua deselegância: “[O legado] é problema nosso, não é de vocês [da imprensa]. É problema do povo amazonense, não é teu, não é da imprensa do sul. É nosso o problema. Deixa com a gente”, disse aos jornalistas.
“Se tivemos competência para construir uma arena desse porte, a um preço muito mais barato que outras arenas, teremos competência também de dar um legado”, completou Aziz.
Omar Aziz precisa saber que não é dono do Amazonas e que a arena foi construída com o suado dinheiro do contribuinte, a quem devem ser dadas todas as explicações. Se a imprensa questiona sobre o legado da obra, o mínimo que o governador precisa fazer é explicar, não sem antes deixar a arrogância de lado.