Mal contado – Quando o ucho.info afirma que as pesquisas de opinião sobre a sucessão presidencial devem ser analisadas com a devida dose de desconfiança, a tropa de choque palaciana entra em desespero, mas os números estatísticos nem de longe traduzem a realidade política nacional.
Para contrariar os atuais índices de aprovação do seu governo e as pesquisas que apontam que o brasileiro é a favor da Copa do Mundo, a petista Dilma Rousseff pegou carona na decisão do presidente da FIFA, Joseph Blatter, que nesta terça-feira (11) informou que não discursará na Arena Corinthians, em São Paulo, na abertura do maior evento futebolístico do planeta, cerimônia que precede o confronto entre Brasil e Croácia, em 12 de junho.
“Vamos fazer a cerimônia de uma maneira que não aconteçam discursos”, afirmou Blatter em entrevista à agência de notícias alemã DPA.
A iniciativa da FIFA decorre das vaias dedicadas à presidente Dilma durante discurso na abertura da Copa das Confederações. Na ocasião, Blatter tentou pedir respeito aos torcedores, mas sua investida fez com que o coro dos descontentes fosse ainda mais ruidoso.
Joseph Blatter afirmou que não crê em novos protestos no Brasil durante a Copa, uma vez que, segundo o cartola, a situação no país “já se acalmou”. “Não sou profeta, mas estou convencido de que a situação já se acalmou”, disse.
Diferentemente da atitude tomada durante a Copa das Confederações, quando deixou o Brasil no meio do torneio, Blatter afirmou que permanecerá no País até a decisão do Mundial, em 13 de julho. O presidente da FIFA, mais uma vez apostando no sucesso do evento, disparou: “Os estádios vão funcionar. Esta não é a minha primeira Copa do Mundo”.
Retomando as questões que envolvem as pesquisas. Se a aprovação de Dilma Rousseff junto à opinião pública vem crescendo lentamente e sua vitória nas urnas se daria no primeiro turno se a eleição fosse hoje, não há razão para deixar de discursar durante a abertura da Copa do Mundo.
Essa decisão mostra de forma clara o temor dos palacianos em relação à campanha, além de destacar que a suposta vantagem de Dilma não é tão grande como alardeiam os institutos de pesquisa. Até porque, em um país com aproximadamente 200 milhões de habitantes é temeroso ouvir a opinião de 2 mil cidadãos sobre a eleição presidencial.