Radiografia da realidade – Divulgada na segunda-feira (17), a notícia de que em fevereiro passado foram criados 260 mil novos postos de trabalho no País, alta de 111% em relação ao mesmo período de 2013, foi comemorada à exaustão pela “esquerda caviar” tupiniquim, que na rede mundial de computadores disparou impropérios contra os críticos do governo.
A grande questão em relação a essa truculenta tropa de choque cibernética do governo, financiada com o suado dinheiro do contribuinte, é que a extensa maioria da imprensa nacional, amestrada e utópica, limita-se a noticiar os fatos sem as devidas análises e conexões.
De forma isolada os números de geração de empregos em fevereiro são positivos, mas considerando a conjuntura econômica do País não há motivo para festa. O primeiro ponto a ser levado em conta é que esse aumento se deu porque neste ano o Carnaval não caiu em fevereiro. E quando isso acontece os números do mercado de trabalho sempre sobem. Outro detalhe é que os postos de trabalho que foram criados serão ocupados por trabalhadores com baixa qualificação, o que compromete a economia como um todo.
Combinando o resultado divulgado pelo Ministério do Trabalho com os dados da indústria referentes a janeiro, o cenário se apresenta desprovido de motivos para comemorações. Isso porque o desempenho da indústria manteve-se estável no primeiro mês do ano, o que significa que a oferta de mercadorias não cresceu. No momento em que o número de trabalhadores cresce e a oferta de produtos não avança, o resultado imediato desse desencontro é inflação. Até porque, demanda em excesso é onde se alimenta o mais temido fantasma da economia.
A situação torna-se ainda mais preocupante quando analisadas as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que nesta terça-feira (18), ao participar de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, disse que em 2014 o crescimento da economia brasileira repetirá o desempenho do ano passado, quando o PIB registrou avanço de 2,3%.
Tombini tranquilizou os senadores em relação à inflação, que segundo o presidente do BC não romperá o teto da meta fixada pelo governo (6,5%). Dessa declaração depreende-se que o Banco Central continuará usando a elevação da Selic para conter a inflação. No vácuo das taxas de juro elevadas surge a queda no consumo, que por sua vez inibe o crescimento econômico e alimenta o desemprego.
O governo da presidente Dilma Vana Rousseff vive uma grave crise político-econômica e qualquer fato positivo que surgir no horizonte, mesmo que pontual, será usado para camuflar a incompetência dos petistas, que conseguiram a proeza de arruinar a economia nacional em pouco mais de dez anos.