Fim do caminho – Quando o ucho.info cobra dos brasileiros maior interesse pela política, o faz diante da necessidade de a população se inteirar do que passa no País, ao mesmo tempo em que permite compreender o que se passa nas esferas do poder. Do contrário, qualquer ação para tentar barrar um escárnio é inócua.
Essa vigilância permitira, por exemplo, entender a reação do governo da presidente Dilma Rousseff, que em nota oficial admitiu ter autorizado a compra da refinaria de Pasadena (Texas), pela Petrobras, com base em laudo não confiável.
A nota distribuída à imprensa pela assessoria do Palácio do Planalto deixa nas entrelinhas algo que os brasileiros já sabiam: Dilma é incompetente, agora de maneira oficial. Isso porque a presidente sempre foi apresentada à população como uma renomada especialista no setor energético, status que, fosse verdadeiro, impediria que a negociação para a aquisição da refinaria de Pasadena avançasse.
Muito além da assumida incompetência de Dilma, o interesse pela política permitira aos brasileiros concluir que não é confiável um governo que tem suas trapalhadas defendidas por políticos como Eduardo Braga (líder do governo no Senado), Gleisi Hoffmann (a patroa do pedófilo que foi transformada em buldogue do Planalto) e Humberto Costa (líder do PT no Senado).
Depois de um contundente discurso do senador Aécio Neves sobre o escândalo bilionário da refinaria de Pasadena, Braga, Gleisi e Humberto Costa tentaram defender o indefensável, mas fracassaram na árdua empreitada. Até porque, contra fatos não há argumentos. A defesa feita pelo trio foi tão pífia, que os que entendem minimamente de política ficaram com pena de Dilma Rousseff, que escolheu três escudeiros fracos e despreparados.
Acostumada a censurar jornalistas que emitem opiniões que a desagradam, Gleisi Hoffmann destilou o seu conhecido despreparo e quis saber o motivo pelo qual Aécio Neves não foi igualmente enfático em seus discursos quando o escândalo veio à tona, em 2012. Com o furacão que se formou a partir de Pasadena ganhando força a cada hora, tudo o que o governo do PT não precisava era de uma defesa desse naipe. Mas não há como esperar algo melhor de Gleisi, cuja incompetência foi alvo de piadas por parte do então ministro Nelson Jobim.
O fiasco ganhou força quando p senador Eduardo Braga (PMDB), ex-governador do Amazonas, foi fazer a lição de casa e passou a defender Dilma. Braga disse que a presidente é radicalmente contra malfeitos. Sendo assim, é preciso que alguém pergunte a Eduardo Braga qual é a sua definição de malfeito, pois o líder do governo deu guarida política ao prefeito pedófilo de Coari, Adail Pinheiro, que deixou o cargo depois de uma enxurrada de denúncias. Sem contar as muitas confusões que no âmbito do governo estadual que os amazonenses tão bem conhecem.
A fervura da insensatez subiu de vez quando em cena entrou o senador petista Humberto Costa, que não apenas defendeu a presidente Dilma, mas tentou explicar os motivos que levaram a companheira de legenda a autorizar a compra da obsoleta refinaria texana. Disse Costa que na ocasião a Petrobras e o governo entenderam que era preciso que a empresa processasse petróleo em refinarias no exterior, como se isso fosse a mais convincente das explicações.
Humberto Costa reconheceu que o petróleo brasileiro é pesado, não sem antes listar as vantagens que o negócio trouxe ao País e à petroleira. Ora, se o petróleo verde-louro é reconhecidamente pesado, não havia necessidade de qualquer laudo para embasar a compra da refinaria de Pasadena, que, apesar da sua obsolescência, só tem capacidade para processar petróleo leve. De tal modo, nenhuma outra informação adicional era necessária para interromper a negociação que deu à Petrobras e ao povo brasileiro um prejuízo de R$ 1,2 bilhão.
Mesmo assim, diante das evidências técnicas contraditórias, Humberto Costa prosseguiu em seu aparte insano na tentativa de salvar Dilma das críticas que crescem a cada instante. A mensagem do líder do PT foi tão obtusa e incompreensível quanto alguém que compra um par de sapatos menor do que os próprios pés.
Ao desgoverno de Dilma Rousseff não basta a incompetência de cada um dos seus integrantes, os quais contribuíram diuturnamente para levar o Brasil a uma crise econômica grave, sem contar a turbulência institucional que surgiu na esteira da inabilidade política da presidente da República. O desgoverno petista precisa de incompetentes conhecidos para defender suas lambanças. Apesar de tudo, Dilma Gleisi, Eduardo Braga e Humberto Costa se merecem.