Falta do que fazer – O Ministério Público paulista decidiu investigar o governo de São Paulo para apurar se houve alguma falha por parte do Executivo que levou à crise hídrica que afeta a maior cidade brasileira. Apesar da grave estiagem que afeta o estado de São Paulo, o que o MP quer fazer é chover no molhado. Ou seja, não servirá para coisa alguma, exceto para criar um factóide político-eleitoral a ser utilizado pelos adversários do PSDB.
A crítica ao MP não significa que somos solidários com a irresponsabilidade do governo de Geraldo Alckmin, mas a investigação deveria ter começado muito antes, quem sabe a ponto de evitar a grave crise porque passa o sistema Cantareira, que abastece mais de 8 milhões de pessoas na capital paulista e está com o nível dos reservatórios de água abaixo de 13%, índice histórico.
Que o governo de São Paulo deixou de investir na captação de água todos sabem, mas caçar bruxas a essa altura dos acontecimentos é jogar dinheiro pela janela, sem que alguma solução prática possa surgir no horizonte ou na torneira do quintal. O que os promotores estão buscando, na verdade, é algum holofote que se acenda a qualquer momento, até porque Andy Warhol, renomado artista plástico norte-americano, disse certa feita que todo ser humano tem direito a pelo menos quinze minutos de fama.
O Ministério Público, em conjunto com o Palácio dos Bandeirantes, deveria encabeçar um projeto educativo para conscientizar a população acerca do consumo de água e da necessidade de se economizar uma das mais preciosas benesses da natureza.
Em um país onde o motorista não respeita o semáforo vermelho, a faixa de pedestres e as vagas de estacionamento destinadas aos portadores de necessidades especiais, falar em uso consciente da água é um enorme devaneio. Até o dia em que pessoas começarem a morrer de sede. Aí sim o cérebro desses desavisados começará a funcionar.