Sem saída – A situação do ainda deputado federal André Vargas, do PT do Paraná, se agrava com o passar das horas. Tão logo surgiram provas de sua relação nada republicana com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, Vargas sabia que explicar o inexplicável seria difícil, mas mesmo assim o petista decidiu bater no peito e alegar inocência. As mensagens trocadas por celular entre Vargas e Youssef mostram que a relação entre ambos nada tinha de inocente, mas, sim, era criminosa.
Agora licenciado do mandato parlamentar e da vice-presidência da Câmara dos Deputados, estratégia equivocada para tentar escapar da degola política, André Vargas dá passos largos em um caminho considerado sem volta. Isso porque o próprio PT decidiu atirar o deputado espertalhão aos leões da opinião pública, como forma de evitar que o escândalo contamine algumas candidaturas, como a de Dilma Rousseff, a de Gleisi Hoffmann e a de Alexandre Padilha.
A situação de Vargas é tão grave, que na segunda-feira (7) uma deputada federal petista, Iriny Lopes (ES), defendeu a cassação do mandato do companheiro de legenda por quebra de decoro parlamentar. O que confirma que é grave o momento vivido pelo alarife que abusou da sensação da impunidade enquanto flanava no céu da prepotência e da arrogância.
O Palácio do Planalto, que até a última semana encarava o escândalo como um problema pessoal do deputado, agora pressiona para que Vargas renuncie ao mandato para evitar problemas para Dilma Rousseff, que por conta da sua incompetência e do fiasco do governo está patinando em seu projeto de reeleição. O temor dos palacianos é que a oposição tente colar os escândalos de André Vargas na campanha da presidente da República.
Em outro vértice do imbróglio está o PT, que insiste para que Vargas renuncie ao mandato para não comprometer duas candidaturas estaduais. A de Alexandre Padilha, candidato ao governo paulista e que a qualquer momento pode ser arrastado para o olho do furacão por conta do contrato bisonho entre o laboratório Laborgen e o Ministério da Saúde, que contou com a ingerência política de André Vargas. A cúpula petista também se preocupa com a candidatura da senadora Gleisi Hoffmann, candidata do partido ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense.
Não bastasse sua incompetência e seu viés censor, Gleisi padece de falta de sensibilidade para a escolha de coordenadores de campanha. O primeiro escolhido foi o pedófilo Eduardo Gaievski, que por causa dos muitos estupros cometidos contra menores – alguns contra vulneráveis (menores de 14 anos) – está preso na Penitenciária de Francisco Beltrão e deve ser condenado em breve pelos crimes cometidos. Com delinquente sexual Gaievski fora de combate, a senadora escolheu um novo enrolado, desta vez o malandro André Vargas.
O problema de Gleisi Hoffmann em relação a Vargas é que no passado o deputado petista teve problemas com o mesmo Alberto Youssef, figura fácil em nove entre dez escândalos nacionais. O petista usou o doleiro para lavar R$ 120 mil da campanha de Paulo Bernardo da Silva, atual ministro das Comunicações e marido da arrogante senadora paranaense.
Pessoas próximas a André Vargas que conversaram com o ucho.info garantem que o deputado não demorará a renunciar ao mandato, pois lhe falta estrutura psicológica para suportar a pressão não apenas da opinião pública, mas principalmente da imprensa, com quem construiu ao longo dos últimos anos uma relação pouco amistosa. Ademais, Vargas é um dos ferrenhos defensores da regulação da imprensa, tese que é duramente criticada pelos profissionais da imprensa que não cedem aos caprichos totalitários do PT.