Vexame esperado – “Nauseante”. Assim pode ser classificado o desafio de definir o que foi mais vergonhoso e pífio no cenário da audiência pública em que Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, tentou explicar o inexplicável. A dúvida recai sobre o papel vergonhoso da chamada base aliada e a postura obediente da imprensa “chapa branca” ao fazer comentários sobre o depoimento de Foster.
Patrimônio do povo brasileiro, controlador da empresa, e com milhares de acionistas minoritários, a Petrobras vem sendo saqueada nos últimos onze anos na esteira de um aparelhamento criminoso comandado pelo PT, mas os senadores da base aliada se prestaram ao papel pequeno de criticar as investidas da oposição, que com base legal insiste na criação de uma CPI exclusiva para investigar a petroleira.
Senadores da tropa de choque do governo se revezaram durante o depoimento de Maria das Graças Foster na tentativa de tirar a presidente da República do olho do furacão, ao mesmo tempo em que arriscava passar à opinião pública a falsa sensação de que a polêmica em torno da estatal resulta de um jogo político. Um dos que ancoraram essa operação vergonhosa foi o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado e cujo histórico político fala por si só. Quem conhece as entranhas da política amazonense sabe quem é de fato o empertigado Braga.
A sociedade brasileira não pode aceitar a farsa de que a Petrobras é suprema e foi vítima de um grupelho de bandidos aproveitadores. As indicações políticas, feitas por Lula e Dilma, promoveram uma sangria nos cofres da empresa e comprometeram sobremaneira a qualidade de sua administração. Querer jogar a sujeira para debaixo do tapete é inaceitável em um caso de corrupção bilionário, no qual dinheiro do contribuinte foi usado para alimentar o caixa criminoso de políticos e partidos.
Tão grave quanto a atuação dos senadores aliados foi a postura repugnante de parte da imprensa, que passou a disseminar a ideia de que o depoimento de Maria das Graças Foster favoreceu o desgoverno petista. Somente um desavisado é capaz de acreditar que ajudou o governo a presidente de uma estatal que afirma que é contra nomeações políticas e que a compra de uma refinaria obsoleta e superfaturada “não foi um bom negócio”.
Ultrapassa a fronteira da razão a forma como a população assiste a esse espetáculo deprimente em que se transformou a tentativa do Palácio do Planalto de transformar o escândalo da Petrobras em mera intriga da oposição. Os senadores que funcionam como capachos do governo são tão acintosos, que chegam ao ridículo de voltar aos tempos de FHC para tentar justificar o injustificável.
A depender da decisão da ministra Rosa Maria Weber, do Supremo Tribunal Federal, sobre o impasse que ronda a criação da CPI da Petrobras, o Brasil terá dado um largo e perigoso passo na direção de uma ditadura esquerdista, como já acontece em alguns países latino-americanos, começando pela Venezuela, onde a verdade é continuamente sufocada pela violência da máquina do ditador Nicolás Maduro.