Gente de sobra – Crescem cada vez mais as especulações sobre quem formará dupla com o tucano Aécio Neves na corrida rumo ao Palácio do Planalto. Inicialmente, dois nomes foram cogitados. O primeiro foi o do senador paulista Aloysio Nunes Ferreira Filho, que chegou ao Senado Federal no vácuo da desistência de Orestes Quércia, já falecido e que na eleição de 2010 estava internado para tratamento de câncer na próstata. O segundo nome lembrado foi o do também senador José Agripino Maia (DEM-RN), presidente nacional da legenda. O tempo passou e ambos ficaram no canto do ringue à espera de um flerte de Aécio, que ainda não aconteceu.
Há dias surgiu o nome do ex-governador José Serra (PSDB-SP), que se fosse o escolhido permitiria aos tucanos a formação de uma chapa “puro sangue”. Nesse caso, o Democratas teria de ser recompensado de alguma forma no caso da vitória de Aécio Neves, até porque apoio político não é de graça.
Como boa parte do PSDB trabalha, não é de hoje, para neutralizar o tucanato paulista, o nome de Serra foi descartado e logo surgiu um antídoto: Tasso Jereissati, ex-senador e ex-governador do Ceará. Enquanto as especulações avançam, Aécio Neves, como mineiro que é, desconversa quando questionado sobre o tema.
Serra, até recentemente, não descartava a hipótese de concorrer à Presidência da República, mas foi convencido a ceder a vez para o senador mineiro. A formação de uma chapa com Aécio e Serra deve ser analisada com a devida calma. Por um lado não se pode esquecer que José Serra, apesar de seu humor oscilante e elevados índices de rejeição, tem um currículo respeitável: ex-deputado federal, ex-senador, ex-governador do mais importante estado do país e ex-prefeito da maior cidade brasileira. No contraponto, a relação entre Aécio e Serra é um poço de mágoas, situação potencializada na campanha presidencial de 2010.
Em relação a Tasso Jereissati, o ex-senador cearense pouco agregaria à candidatura de Aécio Neves, mas tem o perfil ideal para ser vice-presidente da República. Engana-se quem pensa que Tasso cabalaria votos no Nordeste, principalmente no Ceará, onde, em 2010, perdeu a eleição ao Senado Federal. Tasso Jereissati é novamente candidato ao Senado e lidera as pesquisas, mas é preciso cautela porque o eleitor cearense costuma mudar de ideia.
Se a ideia da cúpula do PSDB é formar uma chapa “puro sangue”, o melhor nome para fazer dupla co Aécio é o do senador Alvaro Dias (PR), um dos raros políticos que fazem oposição responsável e aguerrida ao desgoverno da presidente Dilma Rousseff. Assim como José Serra, o tucano Alvaro ostenta currículo respeitável. Candidato a novo mandato no Senado, Alvaro Dias deve vencer com folga a eleição de outubro próximo, conforme dados de recente pesquisa realizada no Paraná.
A grande vantagem para Aécio em ter Alvaro Dias como parceiro de chapa é que a campanha seria mais ágil, com reais possibilidades de se multiplicar as ações presenciais em todo o País. A essa altura, com muitos nomes surgindo como candidatos a vice, Aécio Neves deveria escolher seu companheiro de campanha com base em pesquisas, pois assim é possível qual candidato a vice agrega mais. Dessa forma, o senador mineiro evitaria na escolha entraves partidários e geográficos.