Recuo da atividade industrial e saldo negativo da poupança mostram que Dilma mente sobre a economia

crise_economica_10Pavio aceso – Dilma Rousseff, a presidente, e seus estafetas palacianos podem mentir o quanto quiser sobre a economia brasileira, mas os números do mercado não deixam escapar a realidade, dura e preocupante, é bom frisar.

A grande questão nesse cenário é que a imprensa, que deveria exercer a sua obrigação de levar a informação digerida à sociedade, limita-se a noticiar e analisar os fatos de forma pontual, sem qualquer conexão entre os muitos dados do setor. O que desenha um horizonte pouco animador.

Em março passado, a atividade industrial brasileira registrou recuo de 0,5%, na comparação com o mês anterior, como noticiado nesta quarta-feira (7) por todos os veículos da grande imprensa. O índice reflete resultados negativos em 14 dos 24 ramos pesquisados, provocando impacto em duas das quatro grandes categorias econômicas.

Entre as atividades pesquisadas, os principais registros negativos surgiram nos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,9%) e máquinas e equipamentos (-5,3%). Entre as grandes categorias econômicas, também na comparação com fevereiro, as quedas mais acentuadas em março foram registradas em bens de capital (3,6%) e bens de consumo duráveis (-2,5%). Ambas as categorias interromperam dois meses seguidos de resultados positivos, período em que acumularam expansão de 22,4% e 7,1%, respectivamente.

O sinal vermelho da economia acendeu não apenas no lado da atividade industrial, mas no da poupança. Em abril, brasileiros fizeram mais saques que depósitos na caderneta de poupança. O que fez com que o saldo da caderneta ficasse negativo em R$ 1,273 bilhões. Trata-se do primeiro saldo negativo desde fevereiro de 2012. Os depósitos no quarto mês do ano somaram R$ 122,8 bilhões, enquanto os saques alcançaram a marca R$ 124,1 bilhões. Em abril de 2013, a captação foi positiva em R$ 2,616 bilhões.

O resultado de abril da caderneta de poupança inclui R$ 3,347 bilhões de rendimentos creditados nas contas dos poupadores. O que explica o crescimento do saldo total da poupança para R$ 614,985 bilhões, contra os R$ 612,911 bilhões registrados em março, apesar da retração na captação.

No momento em que os cidadãos deixam de poupar e atividade econômica começa a registrar quedas consecutivas, algo errado há na política adotada pelo governo. Desde o início do seu mandato, em janeiro de 2011, Dilma adotou 23 medidas de estímulo à economia, sem qualquer resultado até o presente momento.

A conjunção desses dois fatores (recuo da atividade indústria e saldo negativo da poupança) produz um cenário de preocupação, reforçado pela resistência da inflação, que no campo oficial está em 6,5%, teto do sistema de metas fixado pelo próprio desgoverno de Dilma Vana Rousseff. Em relação à inflação real, aquela que os brasileiros enfrentam diuturnamente, o índice já deixou para trás a órbita de 20% ao ano.