Governo do PT foi incompetente e irresponsável ao planejar a Copa, dispara a oposição

(Ilustração: Mário Alberto)
(Ilustração: Mário Alberto)
Tiro no pé – A um mês do início da Copa do Mundo, o que se vê é um cenário bem distante daquele projetado em 30 de outubro de 2007, quando, na sede da FIFA, o Brasil foi escolhido para sediar o megaevento esportivo. Na ocasião, o mitômano e megalômano Luiz Inácio da Silva, então presidente da República, garantiu que o Brasil faria a melhor e maior Copa de todos os tempos, mas o que se vê no País, em especial nas cidades-sede, é o reverso desse discurso falacioso.

Obras inacabadas ou mesmo abandonadas, puxadinhos e gasto desordenado de recursos públicos mostram que o governo federal foi incapaz de planejar o evento e garantir ao País o legado desejado pela população. Para deputados federais do PSDB, o resultado não poderia ser outro que não a desconfiança do próprio povo brasileiro e o desgaste da imagem do Brasil no exterior.

“Resumo da ópera: o mundo inteiro soube há sete anos que o Brasil seria a sede da Copa em 2014. Se o governo do PT não deu conta de tirar as obras do papel nesse tempo todo, não há outra explicação senão sua pura incompetência”, destaca o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA), em seu perfil no Facebook. “Infelizmente, a Copa foi mais uma oportunidade que o PT perdeu para avançar nas obras que melhorem a vida das pessoas e era o que elas esperavam”, destacou recentemente o deputado.

De acordo com levantamento realizado pelo jornal “Folha de S. Paulo” e divulgado na terça-feira (13), das 167 intervenções previstas pelo governo federal para a Copa, somente 68 estão concluídas, o equivalente a 41% do total. Outras 88 (53%) serão entregues às vésperas ou depois do torneio. Onze delas jamais sairão do papel, como já noticiou o ucho.info.

Cadê a eficiência?

Exemplo emblemático do desgoverno da petista Dilma Rousseff acontece nas obras de ampliação dos aeroportos. Na terça-feira, o ministro-chefe da Aviação Civil, Moreira Franco, teve dificuldades para explicar a série de atrasos e problemas que marcam a tentativa de melhorar o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o velho Galeão, no Rio de Janeiro. Elevadores e esteiras rolantes enguiçadas, terminais inacabados e falta de placas informativas decepcionam os passageiros.

Ao contrário do que o governo federal esperava, a população, atenta ao noticiário sobre o evento maior do futebol planetário, atesta que a promessa da “Copa das Copas” não passou de um discurso mentiroso. Por isso, os brasileiros têm cobrado, e com razão, investimentos em áreas essenciais, como saúde e educação. Essa cobrança sistemática tem ocorrido principalmente em manifestações cada vez mais frequentes. Apesar dos problemas, o marketing palaciano tenta passar a ideia de que está tudo pronto para o torneio futebolístico.

Segundo o deputado Márcio Bittar (AC), a situação não poderia ser diferente, já que o PT prioriza o aparelhamento do Estado e ignora o planejamento e a gestão eficiente. “Fizeram festa com o evento e esqueceram que vamos receber milhares de pessoas. Mentiram para a população ao afirmarem que a construção dos estádios não contaria com dinheiro público”, disse o tucano.

“É uma vergonha para o país e deveria ser também para os petistas. Esse partido tem que sair do governo e dar lugar a quem queira trabalhar, administrar e arrumar o país”, completou o parlamentar, que estampou fotos de várias obras do governo atrasadas em sua página no Facebook.

Vergonha mundial

A percepção negativa não é só dos brasileiros. Cidadãos do mundo inteiro recebem avalanches de notícias sobre a insegurança, a infraestrutura precária e a revolta da população com o desperdício das verbas públicas. Embaixadas já começam, inclusive, a distribuir cartilhas informativas aos torcedores estrangeiros com vários alertas.

Na avaliação do deputado federal João Campos (GO), a péssima experiência do Brasil na preparação do torneio de futebol comprova a incompetência petista. “Ninguém é contra o mundial de futebol no Brasil, mas o governo precisava estabelecer prioridades, investir de forma responsável e não jogar dinheiro fora”, afirmou. As obras de mobilidade urbana eram as mais esperadas pela população, mas pouco foi feito.

Desconfiança popular

Do total de entrevistados pelo Datafolha em abril, 55% avaliam que a Copa trará mais prejuízos para a população em geral do que benefícios, enquanto que 49% creem que esses prejuízos serão pessoais.