Munição de sobra – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) diz que a CPI mista da Petrobras se impõe neste momento em que surgem mais informações sobre ilegalidades na estatal. Em sua mais recente edição, a revista Época traz revelações sobre propinas de R$ 6,2 milhões recebidas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, da empresa dinamarquesa Maersk, que alugava navios para a petroleira quando o executivo ainda era um dos seus principais diretores.
Gigante do setor, a Maersk tem uma frota com mais de 600 navios e faturamento anual de US$ 27 bilhões. Trata-se da maior empresa de transporte de petróleo do mundo, ressalta Época. De cada carga transportada para a Petrobras pela companhia dinamarquesa, entre 2006 e 2010, 1,25% era repassado a Paulo Roberto Costa quando ele comandava a área rtesponsavel por tais contratos.
“Já sabemos quem perdeu com essas negociatas: o povo brasileiro. Precisamos investigar para saber quem ganhou. Isto será possível com a agilidade da CPI mista, que tem poderes para quebrar sigilo, por exemplo, sem autorização judicial”, afirmou Rubens Bueno. A matéria da revista Época, disse ele, revela a metodologia da quadrilha que a Polícia Federal afirmou ter agido na Petrobras.
O líder do PPS lamentou que Costa tenha sido colocado em liberdade pelo Supremo Tribunal Federal na última semana. No entender de Bueno, “com todo o dinheiro que tem Paulo Roberto pode obstaculizar as apurações sobre o escândalo na Petrobras”. Para o deputado, seria mais produtivo o Congresso Nacional investigar o caso com ele preso.
“A cada momento a CPI se torna mais importante, pois com suas prerrogativas o Parlamento pode vencer uma série de dificuldades para apurar as ilegalidades cometidas na Petrobras”, acentuou o líder do PPS. Para ele, o povo deve lutar e defender a Comissão Parlamentar de Inquérito de deputados e senadores. A CPMI deve ser instalada nesta semana.