Ficou ruim – Enfrentando sérios problemas de caixa, o governador do Paraná, Carlos Alberto Richa (PSDB), encontrou uma alternativa criativa e nada inteligente para equacionar a questão que há muito tira o sono dos paranaenses. Beto Richa, como é conhecido o tucano na seara política, decidiu privatizar 12 mil hectares de florestas públicas. Marcado para segunda-feira (26), o leilão fracassou porque cresceu nos últimos dias a insegurança jurídica do negócio.
Nenhum lance foi apresentado para arrematar áreas remanescentes da Mata Atlântica, localizadas entre a Serra do Mar e o interior paranaense, que pertencem ao Instituto de Florestas do Paraná, antiga Ambiental Paraná Florestas S/A. Para justificar o leilão, absurdo, é bom lembrar, o Palácio Iguaçu alegou a necessidade de economizar para promover outras áreas da economia
Que Beto Richa não tem qualquer parentesco com Aladim, o gênio da lâmpada, metade do Paraná já sabe, mas querer transferir à iniciativa privada um punhado de florestas públicas demonstra que o tucano é desprovido de massa cinzenta. No momento em que o planeta tem as atenções voltadas para as questões ambientais e a preservação de áreas verdes, acenar com medida como essa é no mínimo protagonizar um espetáculo de irresponsabilidade.
O governo tucano esperava arrecadar R$ 105 milhões com a venda das áreas florestais, dinheiro que colocaria em dia algumas contas atrasadas, tirando da fila do sufoco milhares de pequenos credores que não sabem mais o que fazer para receber o que lhes é devido. Como se sabe, o governo Richa está na reta final e uma eventual derrota nas urnas de outubro próximo complicaria ainda mais a situação dos credores.
Se o governo paranaense tivesse decidido se livrar apenas das áreas de reflorestamento, onde há plantações de pinus, seria aceitável, pois as mesmas geram prejuízos e exigiriam no curto prazo investimento de pelo R$ 18 milhões para a devida recuperação, o que não afasta o risco de prejuízo, existente em qualquer tipo de negócio. O erro do governador Beto Richa foi incluir no pacote áreas da Mata Atlântica, como mencionado anteriormente. A saída, entende o ucho.info, seria buscar uma parceria com a iniciativa privada, sem que o Estado tivesse de desembolsar dinheiro em momento de agruras financeiras.
Muito pior do que o fracasso do leilão foi o fato de Beto Richa tornar-se alvo das críticas da senadora petista Gleisi Hoffmann, incompetente conhecida que começa a fracassar no seu papel de “buldogue palaciano”. Na tarde desta terça-feira (27), Gleisi usou a tribuna do Senado Federal para fazer duras críticas a Richa e ao governo do PSDB. Tudo normal, pois a petista, mesmo a reboque de uma candidatura desgastada por escândalos, está de olho no Executivo paranaense.
Como já mencionamos nesta matéria, Carlos Alberto Richa não é uma ode à inteligência e à genialidade, mas ser criticado por alguém do naipe de Gleisi Hoffmann é o fim do caminho. Em seu longo e cansativo discurso, a senadora disse que o governo do PSDB, no Paraná, “não tem capacidade de gestão e não faz planejamento”. Vociferada por alguém que integrou o desgoverno de Dilma Rousseff, a crítica tem o efeito de uma hecatombe. A situação de Richa torna-se ainda mais grave porque é preciso reconhecer que a senadora do PT tem razão.
Resumindo, nas eleições de outubro próximo os paranaenses devem colocar a mão na consciência e escolher o menor dos males que se apresentam, pois não há no horizonte qualquer perspectiva de milagres no curto prazo.