Rastilho de pólvora – Aliados do senador Roberto Requião (PMDB-PR) estão disseminando nas redes sociais uma acusação explosiva contra Gleisi Hoffmann. A senadora petista teria sido responsável por ‘detonar’ o deputado André Vargas, que até recentemente respondia pela coordenação de sua campanha ao governo do Paraná.
Como antecipou o ucho.info, a estratégia faz parte de uma operação desastrada com o 0bjetivo de dar um basta ao movimento “Volta Lula”, que atingiu o auge em março passado e colocou em risco a candidatura de Dilma Rousseff, de quem a senadora é uma fiel e obediente aliada. Foi então que Gleisi, que já havia queimado o filme de Rosemary Noronha, apontada como amiga íntima de Lula (leia-se “amante”), teria vazado a viagem de André Vargas no jatinho do doleiro (partidário do ‘volta Lula’), para o jornal “Folha de S. Paulo”, que publicou a notícia em 1º de abril.
De acordo com os peemedebistas seguidores de Requião, a operação, que tinha por objetivo dar um grande susto – além de um recado – naqueles que pregavam abertamente a volta de Lula, foi um estrondoso desastre. Para começar, o ataque contra Vargas coincidiu com a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que flagrou o doleiro Alberto Youssef envolvido em uma série de operações fraudulentas na Petrobras, com direito a desdobramentos (caso Pasadena), que comprometeram a própria Dilma. As ligações de Vargas com o doleiro revelaram ramificações com o ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, no caso do laboratório-lavanderia Labogen. Por pouco Padilha não foi para o espaço.
Gleisi, por sua vez, foi alcançada por estilhaços letais dessa operação fracassada contra André Vargas. Recorrendo à revista Veja, procurada por Gleisi para mais de uma vez vazar informações contra a amante de Lula, Vargas mandou recados precisos sobre o teor explosivo das informações que tem sobre a ex-chefe da Casa Civil e o marido, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações). É o que dizem os aliados de Requião, que há muito alimentam uma conturbada vendeta contra Paulo Bernardo.
“Vargas insinuou que Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras”, disse Vargas à Veja.
Ainda na mesma edição da revista, o deputado sugeriu que o casal Gleisi-Bernardo tem relações pouco republicanas com uma agência de publicidade do Paraná, lembram os requianistas: “Nas conversas com deputados, Vargas também citou como algo que o PT não gostaria de ver revelado o caso da agência Heads Propaganda, do Paraná. “A Heads é esquema deles”, declarou Vargas a colegas de partido. “Eles” seriam a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro das Comunicações. Na gestão Dilma, a agência tornou-se líder em verbas recebidas do governo federal. A escalada meteórica está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).”