Pancadaria política – O senador peemedebista Roberto Requião decidiu radicalizar, irritado com os constantes ataques que vem sofrendo de petistas aliados de Gleisi Hoffmann, que temem que o crescimento de sua candidatura atropele a petista na disputa pelo governo do Paraná. Os “gleisistas” têm divulgado informações sobre o estilo luxuoso de vida do senador – o que contrasta com seu discurso a favor dos pobres – os indícios de corrupção em seu governo, além do desastre administrativo que legou ao sucessor.
Enfurecido, Requião decidiu pisotear os principais calos de Gleisi Hoffmann. “Paulo Bernardo, Gaievski, André Vargas, Youssef. Meu Deus, que Cruz para carregar! Oremos!”, escreveu o destemperado senador no microblog que mantém no Twitter. A mira é precisa: Eduardo Gaievski, o estuprador e pedófilo que a senadora levou para a Casa Civil para cuidar das políticas do governo federal dedicadas a menores. É um dos maiores constrangimentos da senadora Gleisi Hoffmann, que para não ver o assunto repercutido na imprensa apelou à tentativa de intimidar alguns jornalistas com processos judiciais.
O outrora debochado André Vargas, coordenador da campanha de Gleisi, foi obrigado a deixar o Partido dos Trabalhadores e está ameaçado de cassação por conta dos negócios muito complicados envolvendo dinheiro público. Alberto Youssef, o doleiro do PT, estava associado a Vargas para lesar o Ministério da Saúde com a suposta fabricação de medicamentos genéricos. Paulo Bernardo da Silva, ministro das Comunicações e marido de Gleisi, já foi acusado várias vezes por Requião de envolvimento em supostos esquemas de corrupção.
No PT, que vinha estimulando a candidatura de Requião na esperança de provocar um segundo turno na eleição do Paraná, a nova declaração de guerra do senador provocou consternação. A expectativa de que o uso dos escândalos de Gaievski, André Vargas e Youssef, envolvendo direta ou indiretamente Gleisi Hoffmann, viesse da parte dos tucanos. A sinalização de que Requião pretende utilizar esse tipo de armamento está convencendo a cúpula paranaense do PT a reavaliar sua estratégia com vistas à corrida ao Palácio Iguaçu.
Dos males o menor
Como já sabem os leitores do ucho.info, um das mais importantes unidades da federação, o Paraná, não merece uma campanha política de tão baixo nível, assim como o Estado não precisa de um governo irresponsável e que descumpre os compromissos assumidos, em especial os financeiros, pois é grande a fila de credores do Executivo paranaense que já não sabem o que fazer para ter em mãos aquilo que lhes é devido.
Uma eleição é o momento alto da democracia e por isso os eleitores do Paraná precisam ir às urnas, em outubro próximo, decididos e conscientes, pois é inadmissível que qualquer Estado brasileiro sofra com os desmandos, a incompetência e os casos de corrupção dos seus governantes. Que no dia da eleição os paranaenses escolham o menor dos males que ora se apresentam.
