Apagão de ideias – Um dos postes que o lobista Lula fincou na política brasileira, o petista Fernando Haddad bem que tentou decretar novos feriados na cidade de São Paulo durante a Copa do Mundo, mas a sua incompetência falou mais alto. Sem apoio até mesmo da base aliada na Câmara Municipal, Haddad foi derrotado na tarde desta quarta-feira (18) por falta de acordo entre os vereadores.
A iniciativa do prefeito paulistano surgiu depois que a cidade de São Paulo, a maior do País, parou na última terça-feira (17) por conta dos quase 500 km de congestionamento (índice registrado às 15h43), no momento em que os torcedores tentavam chegar em casa para acompanhar o jogo da seleção verde-loura. O caos foi tamanho, que muitos torcedores foram obrigados a acompanhar pelo rádio do carro o primeiro tempo da partida contra a seleção nacional do México.
Haddad está preocupado com a possibilidade cada vez maior de a capital dos paulistas enfrentar um dia de caos no trânsito na próxima segunda-feira (23), quando Brasil e Camarões enfrentam-se na última partida da fase eliminatória da Copa do Mundo da FIFA, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A situação do trânsito na próxima segunda-feira deve piorar muito, pois às 13 horas, na Arena Corinthians, o popular Itaquerão, as seleções de Holanda e Chile entram em campo.
A grande questão é que no momento em que os torcedores que acompanharão o duelo entre holandeses e chilenos deixarem o estádio, rumo ao centro da capital paulista, muitos paulistanos estarão rumando à Zona Leste, a maior e mais populosa região da cidade de São Paulo e onde está localizada a Arena Corinthians.
Bateu na trave
Fernando Haddad é péssimo em planejamento e muito pior em articulação política. Quando a matéria sobre a decretação de novos feriados durante a Copa chegou ao plenário da Câmara Municipal de São Paulo, apenas 27 vereadores haviam registrado presença, ao passo que o quorum mínimo é de 28. Líder do PT no Legislativo paulistano, o vereador Alfredinho lamentou a derrota, creditada à falta de união da base do governo. “Não podemos colocar a culpa na oposição. Se a base estivesse aqui teríamos conseguido os 28 votos necessários”, afirmou.
Na opinião de vereadores do PSD e do PSDB, a decretação de novo feriado seria desastroso para a cidade. Marco Aurélio Cunha (PSD) foi um dos que engrossaram o coro contra a proposta do prefeito. “Não falam que a Copa deixará um legado econômico para a cidade? Como então podemos decretar feriado nos dias de jogos?”, afirmou. O tucano Angelo Andrea Matarazzo também não deixou por menos e disse que índice recorde de trânsito é um “pretexto idiota”. “O trânsito não é novidade para nós, só mudou de horário”, completou Matarazzo.
Tragédia anunciada
Em 30 de outubro de 2007, quando o Brasil foi confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014, o ucho.info não demorou a criticar a decisão, classificando-a como um equívoco da FIFA e uma irresponsabilidade do governo brasileiro. Longe do ufanismo que tomou conta do País, este site justificou sua posição contrária à realização do evento com base em muitos problemas existentes, dentre eles a precária infraestrutura viária das cidades-sede e a péssima qualidade do transporte público.
Pouco mais de doze meses de pois, mais precisamente em dezembro de 2008, o ucho.info fez duras críticas ao então presidente Lula, que para tentar salvar a economia brasileira dos efeitos da crise internacional decidiu empurrar os cidadãos na vala do consumismo. Entre os setores beneficiados com a redução do IPI estava, como ainda está, o automobilístico, que passou a despejar carros novos em todas as cidades do País.
Na ocasião, apesar da acusação palaciana de que torcemos contra o Brasil, argumentamos que o governo petista do fanfarrão Lula arruinaria não apenas o País, mas quebraria muitas empresas por conta da falta de planejamento que marcou a burra tentativa de alavancar o crescimento econômico. Uma das questões levantadas pelo site estava centrada na falta de investimentos do Estado, como um todo, na melhoria da malha viária urbana e do transporte público.
Tão ufanista quanto histriônico, mas conhecidamente incompetente, Lula desejava naquele momento eleger sua sucessora e terminar o segundo mandato com aprovação popular recorde. Por conta desse desejo absurdo o então presidente apostou a tese de que atender à demanda reprimida de consumo de boa parte da sociedade seria a saída. Foi o suficiente para que a economia brasileira entrasse em uma ciranda que pose ser comparada a uma roleta russa. A cada tiro disparado espera-se a morte do candidato a suicida.
Feriado o ano todo
Quem mora em São Paulo ou frequenta a cidade com regularidade sabe o quão caótico tornou-se o trânsito, que antes de dezembro de 2008 já era extremamente complicado. Enquanto o transporte público municipal agoniza nas faixas exclusivas de ônibus criadas a esmo por Fernando Haddad, os motoristas paulistanos perdem, em média, três horas diárias no trânsito. Qualquer deslocamento na cidade nos horários demora no mínimo uma hora e meia.
O caos que parou a cidade na última terça-feira foi potencializado pelo desmonte imposto pela administração de Fernando Haddad à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Os agentes de trânsito já não são vistos nos conhecidos pontos de engarrafamento porque a CET padece de falta de viaturas, entre tantos outros problemas. Algo compreensível, porque ao governo petista de Haddad não interessa mostrar ao restante do País os reflexos nocivos da lambança protagonizada pelo malandro e messiânico Lula.
O argumento de Fernando Haddad para tentar emplacar novos feriados ao longo da Copa do Mundo é no mínimo esdrúxulo, pois se o trânsito caótico for desculpa o melhor que o prefeito pode fazer é decretar um feriado com duração de 365 dias. Apadrinhado por quem foi, Haddad não poderia se mostrar um parente próximo de Aladim. Ou seja, assim como Lula, o prefeito da Pauliceia Desvairada sofre de idiotia político-administrativa.
