Alckmin precisa tomar o comando da campanha à reeleição se de fato quer continuar governador

geraldo_alckmin_26Em cima do muro – Se não assumir as negociações políticas para dar mais sustentação ao seu projeto de reeleição, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) terá problemas em breve. Isso porque o atual responsável pelas negociações, Edson Aparecido, tem dado um constrangedor chá de cadeira nos representantes de algumas legendas dispostas a embarcar no projeto político tucano. A canseira é tão grande que o articulador já está sendo chamado de “Edson Desaparecido”. Sem contar as promessas feitas e ainda não cumpridas.

Por conta desse “chove e não molha”, Alckmin decidiu transferir para o próximo dia 29 de junho, um domingo, o lançamento oficial de sua campanha à reeleição, quando também será anunciado o nome do candidato a vice, que por enquanto segue na seara da indefinição. O nome com mais chances de fazer dupla com Alckmin é o do ex-prefeito Gilberto Kassab, do PSD, mas os tucanos querem que ele desista de apoiar a petista Dilma Rousseff na esfera federal. Algo que dificilmente acontecerá, a não ser que Edson Aparecido passe o bastão das negociações para o governador paulista, não sem antes deixar para um segundo momento os interesses eleitorais do senador Aécio Neves, candidato do PSD ao Palácio do Planalto.

Como sempre acontece a cada dois anos, os candidatos a cargos majoritários correm atrás de alianças político-partidárias porque é preciso aumentar ao máximo o tempo de rádio e televiso durante a campanha.

Por conta dessa necessidade, o PSDB de Alckmin passou a flertar com o PRB, partido que no estado de São Paulo é controlado pelos evangélicos ligados a Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. Mostrando-se pagão em termos políticos, o PRB tem negociado simultaneamente com pelo menos dois candidatos: Alckmin, do PSDB, e Paulo Skaf, do PMDB.

No afã de atrair o PRB antes que a legenda caia nas garras do PMDB paulista, Geraldo Alckmin indicou Alexandre Modonezi, um “apaniguado” de Celso Russomanno, para capitanear a Fundação Procon-SP. Desde 2013 apoiando o governo de Geraldo Alckmin, o PRB teve como contrapartida a promessa de mudanças no comando do Procon, o que não havia acontecido até então.

Diante do impasse, o PRB passou a negociar com o núcleo duro da campanha de Paulo Skaf, candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes. Na negociação com os peemedebistas de São Paulo, o PRB definiu que o partido indicaria um candidato ao Senado Federal, no caso o presidente da legenda, Marcos Pereira.

Há quem garanta que sob pressão o governador Geraldo Alckmin acabou promovendo mudanças no Procon-SP, mas não é exatamente isso que se fala nos bastidores da política paulista. O que se sabe é que o PRB está praticamente fechado com Paulo Skaf, aguardando apenas a definição sobre quem será o candidato ao Senado pela coligação.

Se quiser permanecer no Palácio dos Bandeirantes por mais quatro anos, Alckmin precisa tomar algumas providências: descer do muro, deixar de lado os punhos de renda e não confiar plenamente em alguns interlocutores. Até porque, o tempo urge e a fila anda.

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