Candidatos deveriam abandonar a hipocrisia e revelar os verdadeiros gastos de suas campanhas

dinheiro_80Face lenhosa – Mentira e política cada vez mais se mostram xifópagas, sem qualquer possibilidade de separação. Enganar a opinião púbica com discursos nada verdadeiros e comportamento aparentemente recheado de lisura é condição “sine qua non” para sobreviver em seara tão controversa e odiada. Mesmo assim, apesar de todas essas controvérsias, o melhor que o cidadão pode fazer é vigiar de perto os seus supostos representantes.

Como sempre afirma o ucho.info, de forma estranha e inexplicável a grande imprensa demonstra preguiça diante da obrigação de esclarecer os fatos à população. Se na pauta não há um escândalo de grandes proporções, que garanta visibilidade excessiva ao veículo midiático, muitos detalhes do cotidiano da política nacional deixam de ser esclarecidos. Ao contrário do que praticam esses grandalhões da mídia verde-loura, o ucho.info continua com o compromisso de mostrar a verdade, sempre de forma didática.

Com o alvoroço que tomou conta da política brasileira por conta da proximidade das eleições, tudo gira em torno do tema, sem que detalhes sejam levados aos cidadãos. O mais novo tema no universo eleitoral é o custo das campanhas de alguns candidatos. Na quarta-feira (2), o presidenciável Eduardo Campos informou à Justiça Eleitoral previsão de gastos de R$ 150 milhões para tentar subir a rampa do Palácio do Planalto.

É fato que cada um diz o que quer, até porque garante a Constituição Federal que “é livre a manifestação do pensamento, desde que vedado o anonimato”, mas é preciso reconhecer que essa não é a realidade financeira de uma campanha que tenta fincar alguém no mais alto cargo da nação. Quem conhece minimamente os bastidores de uma campanha eleitoral sabe que essa cifra não traduz a realidade dos gastos.

Horas depois do anúncio de Campos, pelo menos três candidatos ao governo de São Paulo anunciaram as respectivas previsões de gastos na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Governador do estado e candidato à reeleição, o tucano Geraldo Alckmin prevê gastos da ordem de R$ 90 milhões. O peemedebista Paulo Skaf, presidente licenciado da FIESP, tem previsão de gastos na casa de R$ 95 milhões. Já o petista Alexandre Padilha, o novo poste de Lula, espera torrar R$ 92 milhões em sua empacada campanha.

Pois bem, sem mergulhar nos detalhes financeiros das campanhas, há algo estranho entre a previsão de Eduardo Campos e as dos três principais candidatos ao governo de São Paulo. Se Campos pretende gastar R$ 150 milhões para tornar-se presidente de todos os brasileiros, como R$ 90 milhões poderão transformar um candidato em governador dos paulistas?

Como se sabe, o malfadado caixa 2 é garante a fatia maior e obscura das despesas de campanha. Para que o leitor consiga compreender a extensão da mentira, um candidato deputado federal por São Paulo que sonha em se eleger deve ter em mente que cada voto custa aproximadamente R$ 50. Ou seja, um candidato que arranca das urnas 200 mil votos terá despejado na respectiva campanha a bagatela de R$ 10 milhões. Ora, se para chegar à Câmara dos Deputados é preciso R$ 10 milhões, como alguém consegue se eleger governador do mais importante e rico estado da federação com R$ 90 milhões?

Para ser mais elucidativo e didático, o ucho.info vai além e afirma sem medo de errar que para chegar à prefeitura de São Paulo, a quarta maior cidade do planeta e detentora de um dos maiores orçamentos do País, um candidato gasta pelo menos R$ 100 milhões. Como nas eleições de outubro próximo não está em jogo a prefeitura paulistana, os candidatos ao governo do estado de São Paulo deveriam rever suas previsões de gastos, porque se depender deste site os inocentes dessa barafunda chamada Brasil em breve serão mercadoria em extinção.

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