Venda ilegal de ingressos da Copa tem participação de membro da FIFA; políticos estão na mira

copa_2014_17Castelo de areia – Aos dirigentes da FIFA não foi suficiente lucrar US$ 4,5 bilhões com a realização da Copa do Mundo no Brasil. Eles precisavam montar um esquema paralelo e criminoso de venda de ingressos, operação que visava lucrar US$ 100 milhões até o final da competição.

Preso pela polícia, o advogado José Masih, braço direito do franco-argelino Lamine Fofana no Brasil, revelou às autoridades somente o primeiro nome do integrante da FIFA envolvido no esquema e que seria o líder da quadrilha. Responsável pelas investigações, o delegado Fábio Barucke disse que o advogado, preso na operação Jules Rimet, quer a sua liberdade em troca de novos detalhes sobre o esquema e o modus operandi do líder do bando.

De acordo com o policial, o homem que liderava a operação hospedou-se no hotel Copacabana Palace, onde está instalada toda a cúpula da FIFA que veio ao Brasil para acompanhar os jogos da Copa.

O delegado afirmou que repassará à FIFA as informações obtidas junto a José Massih, acreditando que a entidade máxima do futebol planetário ajude nas investigações e na identificação do líder do esquema.

“O inquérito vinha de forma sigilosa. A partir de agora, que deflagramos a operação, vamos pedir ajuda à Fifa para que possam entender a investigação e nos ajudar; e também de alguma forma rever essa distribuição de ingressos”, afirmou o titular da 18ª DP.

Barucke disse que a Match, única empresa autorizada pela FIFA para vender pacotes de ingressos e camarotes, também está sendo investigada. Na opinião do delegado, há no esquema de venda ilegal de ingressos pelo menos um integrante da Match, subsidiária da empresa Infront, que tem entre os principais acionistas o suíço Phillip Blatter, sobrinho do presidente da FIFA, Joseph Blatter.

O grupo vendia por preços elevadíssimos ingressos oferecidos como cortesia a autoridades e personalidades, inclusive do futebol.

Há dias, o ucho.info apurou que alguns políticos brasileiros, agraciados pela FIFA, estavam se desfazendo dos ingressos de alguns jogos, em especial os menos interessantes. Alguns desses ingressos especiais foram trocados por favores financeiros futuros, até porque o ano é de eleições, mas outros foram vendidos a peso de ouro, possivelmente com a ajuda da quadrilha que foi desbaratada.

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