Descendo a ladeira – Encerrado o ufanismo que marcou o balanço da Copa do Mundo, explorado pelo Palácio do Planalto como a tábua de salvação em meio ao naufrágio, a realidade volta a desmontar o País de Alice, aquele que a presidente Dilma Rousseff tenta vender aos incautos. A maior prova desse retorno indesejado está nos números preocupantes da economia.
Na manhã desta quinta-feira (17), o Banco Central divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruno (PIB). O resultado, como esperado, foi de retração 0,18% da atividade econômica no mês de maio. Trata-se da primeira queda do IBC-Br desde fevereiro (-0,09%) e a maior retração desde dezembro de 2013, quando houve um recuo de 1,37%, de acordo com números divulgados pelo BC.
Nos cinco primeiros meses de 2014, a economia registra alta de 0,58%, enquanto que no acumulado de doze meses, até maio, a prévia do PIB alcançou alta 1,95%.
Independente dos números isolados divulgados pelo Banco Central, o mercado financeiro aposta em crescimento de 1,05% do PIB para o ano, conforme a última edição do Boletim Focus, que semanalmente consulta os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País. A aposta dos analistas do mercado está abaixo do índice previsto pelo governo federal no orçamento deste ano (+2,5%) e também aquém da previsão do próprio Banco Central (+1,6%).
Ao longo de mais de dez anos, o Partido dos Trabalhadores, impulsionado por um ufanismo irresponsável, conseguiu a proeza de aniquilar a economia, sem que qualquer medida tivesse sido adotada para reverter a crise que varre o País. É fato que Dilma, desde que checou ao principal gabinete palaciano, adotou mais de duas dúzias de medias de estímulo à economia – muitas delas repetidas –, mas nenhuma surtiu efeito.
Um dos grandes erros do governo petista, talvez o maior, em relação à política econômica foi estimular o consumo interno sem dar a devida atenção à indústria nacional. Para impedir a disparada da inflação, a saída foi importar cada vez mais, o que indiretamente significa exportar consumo. A situação chegou a tal ponto, que mesmo com a queda no consumo interno a inflação não recua na mesma velocidade.
O cenário atual poderia ser muito pior, mas dele não escaparemos no futuro próximo. Isso porque o preço da gasolina e as tarifas de energia elétrica e transporte estão controladas, mas em algum momento terão de ser liberadas para não causar estrago ainda maior. O melhor (sic) exemplo é a situação de dificuldade financeira enfrentada pela Petrobras, que para compensar a irresponsabilidade do governo federal foi obrigada a sangrar os cofres para importar gasolina, revendendo o produto no mercado interno a preço subsidiado.
O próximo presidente da República, independentemente de quem vença a eleição de outubro próximo, não terá como fugir de medidas que de maneira pontual parecerão impopulares, mas os brasileiros não podem mais viver à sombra do faz de conta. É bom que cada cidadão se intere da situação crítica em que se encontra a economia nacional e endosse medidas futuras que servirão para limpar a lambança patrocinada pelo gazeteiro Lula e seus irresponsáveis seguidores.