PT acusa Requião de incentivar o MST a invadir áreas de empresa de reflorestamento no Paraná

roberto_requiao_25Maria Louca – Na última quarta-feira (16), faltando poucos minutos para a meia-noite, mil famílias (aproximadamente cinco mil pessoas) ligadas ao MST invadiram áreas da Araupel, empresa que opera com reflorestamento em Quedas do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná. Tanto empresários quanto o PT, da senadora Gleisi Hoffmann, não têm dúvidas: a invasão, que coloca sob ameaça o emprego de 1.050 paranaenses e garante o sustento de 10 mil pessoas, foi desencadeada com o estímulo direto de Roberto Requião (PMDB). No dia da invasão, o senador concedeu entrevista incendiária a uma emissora de rádio de Quedas do Iguaçu.

Na entrevista, Requião disse apoiar os sem-terra e afirmou que a Araupel – que já divulgou amplo material provando sua posse legal da área – poderia ser “classificada como uma empresa invasora, expropriadora de terras públicas”. “As pessoas não podem vir com está conversa que geram empregos, se fosse assim o trafico de drogas teria que ser legal, pois gera mais de 100 mil empregos neste país”, assegurou Requião, reafirmando, mais uma vez, sua posição contra a empresa e em favor do MST. Durante os três mandatos em que governou o Paraná, Requião estimulou, por ação ou omissão, ações dos sem-terra contra a Araupel e inúmeras outras áreas produtivas.

O diretor da Araupel, Tarso Giacomet, lamentou a manifestação de Requião e destacou a irresponsabilidade do senador. “Ele instigou uma situação que estava crítica. Vindo de um adolescente é perdoável, mas de um senhor de 75 anos, um senador, é lamentável. Se mostrou um oportunista”, comentou Tarso. Sempre lembrando que em 2003, Requião presidiu e assinou a aprovação de valores que foram pagos pela União, em indenizações, de prejuízos que o sem-terra, havia causado para empresa.

“O Senador não está agredindo a Araupel, mas sim, todo setor produtivo do Paraná, já que contamos com apoio da Fiep, inúmeras entidades públicas e privadas”, avalia. Quanto aos questionamentos do senador sobre a titularidade das terras, o diretor afirma que no mesmo ano em 2003, um parecer do Incra, atestou que as terras são de propriedade da iniciativa privada.

A associação de Requião com o MST e com invasões de terras é antiga. Desde a primeira campanha, para prefeito de Curitiba em 1985, o senador estimulava as invasões de áreas urbanas e rurais para pressionar seus adversários políticos e para dar sustentação a uma confusa ideologia anticapitalista combinada com um esquerdismo raivoso. Entre 2003 e 2010, o então governador usou o MST para invadir praças de pedágio, unidades de pesquisa de sementes transgênicas e grandes propriedades que plantavam soja geneticamente modificada.

O pacto de Requião com o MST sofreu abalo sangrento em 1993, durante o primeiro governo do peemedebista. Estimulados pela postura francamente simpática aos sem-terra, o MST invadiu a fazenda Santana, em Campo Bonito, município de Guaraniaçu. Três policiais do serviço reservado da PM (P2), que haviam se infiltrado no movimento, foram mortos pelos sem-terra. Enfurecido com o que interpretou como sendo uma ofensa pessoal, Requião, segundo testemunhos de assessores do governo do Paraná da época, teria ordenado a caça e a morte do líder sem-terra Diniz Bento da Silva, o Teixeirinha.

A morte do sem-terra, precedida por humilhações e torturas, rendeu uma condenação do Brasil na OEA. Desde essa época o PT do Paraná mantém reservas com relação à atitude de Requião de aparelhar os sem-terra e usá-los para seus projetos políticos. O MST, no entanto, como se viu na invasão da Araupel, voltou a seguir a liderança funesta do senador.

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