Construção civil desacelera de forma preocupante no País e confirma alerta do ucho.info feito em 2012

construcao_civil_04Pé no freio – Não é de hoje que o ucho.info destaca a irresponsabilidade do governo na condução da economia do País, cada vez mais próxima do despenhadeiro da crise. Sem conseguir emplacar ao menos uma das mais de duas dúzias de medidas de estímulo à economia, o governo central assiste a tudo sem qualquer reação efetiva. Mudar o status quo que reina no País exigirá do próximo governante a adoção de medidas drásticas, algo que a presidente Dilma Rousseff prefere ignorar como forma de preservar seu projeto de reeleição.

Ainda em 2005, quando o Mensalão do PT ainda fazia suas primeiras vítimas, este site alertou o Palácio do Planalto para os primeiros passos de um preocupante processo de desindustrialização. Atordoados com os efeitos colaterais do escândalo de cooptação de parlamentares por meio do pagamento de mesadas, os palacianos preferiram ignorar o assunto, pois mais fácil foi nos acusar de torcer contra o Brasil, como sempre acontece quando alguém revela a dura realidade que reina nessa louca terra de Macunaíma.

A indústria brasileira vive um dos seus piores momentos, sem qualquer perspectiva de mudança no curto prazo. Isso se deve à decisão nada inteligente do governo do PT de combater os efeitos da crise internacional através do consumismo. Para evitar que uma demanda maior que a oferta impulsionasse a inflação, o governo preferiu empurrar a cotação do dólar para baixo, facilitando sobremaneira a importação de produtos. A esses herdeiros de Aladim pouco importou naquele momento o fato de que a indústria nacional seria atropelada pela medida. Mesmo assim, a inflação continua imperando de norte a sul.

O tempo passou e o nosso alerta, duramente criticado, tem se confirmado mês após mês. Um dos setores mais beneficiados pelas medidas populistas e irresponsáveis do governo foi o da construção civil, que agora amarga números pouco animadores. Nesta quarta-feira (23), a Confederação Nacional da Indústria divulgou os resultados da Sondagem da Indústria da Construção, que aponta para um encolhimento das atividades do setor.

De acordo com o levantamento da CNI, a atividade na indústria da construção brasileira alcançou 44,5 pontos em junho. Trata-se do sétimo mês consecutivo em que o indicador fica abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que revela queda na atividade. O indicador de número de empregados no setor situou-se em 45,3 pontos, o que significa redução do quadro de trabalhadores.

Segundo a pesquisa, o indicador de evolução do nível de atividade em relação ao usual para o mês ficou em 41,7 pontos, o menor da série histórica iniciada em dezembro de 2009. A utilização da capacidade de operação caiu 1 ponto percentual em relação a maio e alcançou 69% em junho. “Esse desempenho negativo está em linha com a desaceleração da economia brasileira”, analisa a CNI.

Além disso, o indicador de acesso ao crédito alcançou 37,9 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa a dificuldade da facilidade para obtenção de financiamentos. Ao se afastar significativamente dos 50 pontos, o indicador revela que a percepção de dificuldade de acesso ao crédito se disseminou pela indústria da construção.

Vale lembrar que a indústria da construção foi nos últimos anos uma das grandes apostas do governo federal para manter a economia em ritmo acelerado, o que não se confirmou com o passar do tempo. Até porque, foi um erro descomunal arremessar a parcela incauta da população na vala do consumismo, o que elevou a níveis recordes o endividamento das famílias e impulsionou a inadimplência.

Há dois anos, o ucho.info antecipou que o setor da construção civil passaria pro problemas, caso nada fosse feito para mudar a realidade econômica do País. Não se trata de bola de cristal ou de profecia do apocalipse, mas de analisar os fatores econômicos de forma ampla, cristalina e verdadeira. A situação do setor é tão grave, que algumas empresas de empreendimentos imobiliários estão desovando seus estoques por meio de promoções e persistentes ações de marketing, o que denota a necessidade de se fazer caixa.

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