Pasadena: TCU inocentou Dilma como se o porteiro fosse responsável pela queda de um edifício

dilma_rousseff_427Missa encomendada – A ordem na Esplanada dos Ministérios é salvar o pífio governo de Dilma Vana Rousseff e por consequência o seu projeto de reeleição. Esse plano irresponsável tem o aval do Partido dos Trabalhadores, que luta de todas as formas para permanecer no poder e não ver suas estripulias descobertas por um adversário político.

A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de tirar do rol de culpados pela estabanada compra da refinaria de Pasadena, no Texas, os então integrantes do Conselho de Administração da Petrobras teve por objetivo salvar a pele da presidente da República. Isso porque considerá-la culpada comprometeria ainda mais a sua candidatura. De carona escaparam da culpa todos os conselheiros da época.

Como a sociedade brasileira exige uma explicação sobre a absurda aquisição, a saída encontrada pelo TCU foi despejar o balaio da culpa sobre aqueles que à época ocupavam algumas diretorias da Petrobras. Entre os denunciados pelo Tribunal estão o ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, e o ex-diretor Nestor Cerveró, que recentemente foi demitido enquanto passava férias na Alemanha.

Tanto Gabrielli quanto Nestor Cerveró afirmaram, em depoimentos recentes, ser Dilma uma das responsáveis por autorizar o negócio que deu prejuízo de quase US$ 800 milhões à petroleira nacional. A defesa de Cerveró, a cargo do advogado Edson Ribeiro, informou que na argumentação que será apresentada ao TCU os conselheiros da Petrobras não serão poupados. A estratégia do advogado está baseada no estatuto da Petrobras, que prevê que qualquer aquisição é de responsabilidade do Conselho de Administração.

O TCU é um órgão acessório do Congresso Nacional e por isso seus integrantes são indicados pelos senadores da República. Considerando que o número de senadores da chamada base aliada é superior ao de parlamentares da oposição, não se deve descartar a possibilidade de uma enorme pressão ter sido exercida nos bastidores do tribunal para que Dilma fosse poupada.

Em março passado, ao responder a uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, Dilma alegou que desconhecia duas cláusulas draconianas do contrato de compra da refinaria texana: 1) Put Option: determina que em caso de desentendimento entre os sócios a Petrobrás teria de adquirir a totalidade das ações da refinaria. 2) Marlim: estabelece que a Astra Oil, que tornou-se sócia da Petrobras na refinaria de Pasadena, teria a garantia de retorno financeiro de 6,9% ao ano.

Na defesa que apresentará ao TCU, o advogado de Cerveró será muito incisivo na questão da responsabilidade dos conselheiros. “O ministro-relator foi induzido a erro. Ele partiu de um pressuposto falso, que, inúmeras vezes repetido, passou como se fosse verdadeiro. É falsa a declaração de Dilma de que o resumo executivo das condições de compra de Pasadena era técnica e juridicamente falho. Essa argumentação acabou responsabilizando quem não deveria ser responsabilizado, os diretores”, alegou Edson Ribeiro.

O advogado afirma que a diretoria da Petrobras, à época do negócio, encaminhou a documentação sobre as condições do contrato à secretaria-geral da estatal, que por dever de oficio deveria encaminhá-la ao conselho para a devida análise e eventual aprovação. “Se a secretaria não encaminhou, os conselheiros não poderiam ter decidido pela compra”, afirmou Ribeiro.

Já ficou claro para os brasileiros que o governo de Dilma Rousseff não está preocupado com o rombo que o País sofrerá em suas contas com manobras radicais, desde que o projeto totalitarista de poder do PT continue em marcha. A decisão tomada pelo plenário do TCU salvou a pele da presidente, no melhor estilo missa encomendada, mas acabou afundando ainda mais a Petrobras, que há muito vem merecendo a desconfiança dos investidores e do mercado financeiro internacional.

A irresponsabilidade que grassa no governo federal desde que Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto é tamanha, que para conter a escalada da inflação os palacianos foram obrigados a sacrificar financeiramente a Petrobras, que foi impelida a comprar gasolina no mercado externo para revendê-la internamente a preço subsidiado. A companhia perdeu valor de marcado de forma assustadora nos últimos anos, mas isso é apenas um detalhe para os gênios que frequentam as coxias do poder central.

Como sempre acontece, o PT não gosta de combinar com a antecedência as mentiras que balbucia, da mesma maneira que é avesso a afinar o discurso com os parceiros de lambança. Nestor Cerveró foi apresentado à opinião pública como um dos principais responsáveis pela criminosa compra da refinaria de Pasadena, mas é certo que não ficará calado por muito tempo.

Na esteira desse passa-moleque que aconteceu nas coxias do TCU, Dilma, por meio de interlocutores, tentou colocar no colo do zelador a culpa pela queda do edifício, quando culpados são o engenheiro e o proprietário. Essa epopeia petrolífera tem todos os ingredientes para não terminar bem, desde que os brasileiros decidam cobrar de maneira firme e incansável as autoridades responsáveis pelo esclarecimento de mais um assalto oficial.

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