Patíbulo tupiniquim – A Corregedoria da Câmara dos Deputados começou a investigar nesta terça-feira (5) a denúncia de envolvimento do deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) com um caso de corrupção e recebimento de propina revelado pelas revistas Época e Veja.
Bethlem, que já desistiu de disputar a reeleição, é acusado de receber propina quando era secretário municipal no Rio de janeiro e de manter uma conta bancária na Suíça não declarada à Justiça Eleitoral, de acordo com gravações divulgadas pela imprensa.
A partir de agora, a corregedoria vai realizar diligências, notificar o acusado e dar prazo para que ele se defenda. Após as apurações, será elaborado um parecer e o caso poderá ser enviado para julgamento no Conselho de Ética da Câmara, cabendo, inclusive, a cassação do mandato parlamentar.
Para o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), o caso é grave e exige apuração. “O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), acolheu o nosso pedido de investigação e enviou a denúncia, nesta terça-feira, para análise da corregedoria. Esperamos que a apuração seja ágil e o caso seja enviado ao Conselho de Ética para ser julgado ainda neste ano”, disse Rubens Bueno.
O caso
As revistas mostraram gravações feitas pela empresária Vanessa Felippe, ex-mulher de Bethlem, em que o deputado diz receber, na época em que foi secretário municipal no Rio, dinheiro proveniente de convênios firmados pela prefeitura com ONGs. Durante uma negociação de pensão com a ex-mulher gravada em 2011, ele afirma ter uma receita de R$ 100 mil. Na época, Bethlem recebia cerca de R$ 18 mil de salário líquido, segundo as revistas.
Na representação que foi encaminhada à corregedoria da Câmara dos Deputados, o líder do PPS argumenta que as graves acusações lançadas pelas reportagens das revistas precisam ser investigadas com rigor. E pede ainda que, após a análise da conduta do deputado, confirmada infração ao Código de Ética do Legislativo, o caso seja remetido para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para o devido julgamento.
“A denúncia revelada pela imprensa contém farto material com vídeo e áudio apontando a suposta participação de um deputado federal no esquema de recebimento de propina. O fato atinge toda a Câmara, já que seus integrantes, como representantes do povo, devem zelar pela ética e pela moralidade pública”, justificou Rubens Bueno.
A corregedoria da Câmara é o órgão encarregado de promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina e cabe a ela, entre outras atribuições, promover sindicância ou inquérito para apuração de notícias de ilícito que envolvam deputados e enviar casos com indícios de irregularidades para julgamento do Conselho de Ética.