Pasadena: quadrilha que atua na Petrobras fez pacto de silêncio, afirma Onyx Lorenzoni

onyx_lorenzoni_09Tiro ao alvo – Deputado federal pelo capítulo gaúcho do Democratas e um dos mais ativos e críticos integrantes da oposição, Onyx Lorenzoni afirmou nesta quarta-feira (6) que os envolvidos na compra da refinaria texana de Pasadena fizeram um pacto de silêncio para acobertar as irregularidades da operação. A constatação ocorreu durante o depoimento de Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área internacional da Petrobras, à CPMI criada para apurar as muitas irregularidades cometidas na petroleira nacional.

Lorenzoni questionou a contratação de escritório de advocacia para o litígio no caso da aquisição dos 50% de Pasadena que pertenciam à belga Astra Oil. O parlamentar gaúcho mostrou que o ex-presidente da Petrobras America, Renato Bertani, deixou a empresa para atuar no mesmo escritório de advocacia escalado para defender a estala no litígio.

Zelada, que integrou a diretoria executiva da empresa e foi responsável pela contratação de serviços desse porte, disse desconhecer quem autorizou a atuação desse escritório e quanto custaram os honorários advocatícios. Zelada e Bertani são citados em relatório do Tribunal de Contas da União que concluiu que a operação Pasadena foi um péssimo negócio para a Petrobras.

“Há um pacto de silêncio. Além do media training feito nos depoimentos na CPI do Senado, a máfia está se protegendo. Ou seja, um protege o outro. No depoimento da semana anterior, o presidente da Petrobras America negava conhecer qualquer fato que envolvia as operações de Pasadena que não fossem eminentemente técnicas. Hoje, o senhor Zelada desconhece quem contratou o escritório de advocacia, desconhece que o ex-presidente da Petrobras America foi contratado pelo escritório que avalizava o parecer do Nestor Cerveró que era a favor da disputa litigiosa da Pasadena”, argumentou o parlamentar. “É missão desta CPI tentar quebrar esse pacto e poder obter a verdade”, acrescentou.

Blindagem combinada

Lorenzoni também comentou a denúncia da revista Veja de que houve fraude em depoimentos na CPI no Senado. Para o deputado, todo o esforço do Palácio do Planalto em manipular a CPI tem o objetivo de blindar a presidente da República, que precisa manter sua fama de boa gestora.

“O problema do Palácio do Planalto é que as justificativas que foram dadas para a compra de Pasadena têm um único objetivo de blindar a presidente. Agora, aquele conselho de administração da Petrobras que autorizou a compra de Pasadena autorizou um mau negócio para o Brasil e para a Petrobras. A compra de Pasadena é racionalmente indefensável e compromete a imagem de boa gestora da Dilma que o Brasil já descobriu que ela não tem”, finalizou.

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