Um dos fundadores do PSDB, Robson Marinho é acusado de receber propina da Alstom, mas seus advogados rebateram a acusação. Mesmo assim, a juíza baseou sua decisão nas provas documentais enviadas ao Brasil por autoridades suíças e francesas, as quais comprovam a polpuda movimentação financeira de Marinho em bancos estrangeiros.
Desde que o escândalo veio à tona, Robson Marinho vem negando a titularidade de uma conta bancária na Suíça, mas a instituição financeira rebate afirmando que são do conselheiro do Tribunal as assinaturas constantes na ficha de abertura. As mesmas foram conferidas pelo Ministério Público paulista e não há mais o que contestar.
Fora isso, Robson Marinho tem outro imbróglio a esclarecer. Sua evolução patrimonial, aparentemente meteórica e descabida, mostra que o tucanato paulista tem em suas fileiras um operador do chamado milagre da multiplicação. O patrimônio de Marinho não condiz com seus vencimentos, o que há muito desperta a atenção dos promotores que cuidam do caso.
A situação em que se encontra Robson Marinho comprova o que já se sabia. O cartel metroferroviário que atendeu durante anos o Metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi criado não apenas para vencer licitações, mas também para pagar propina às autoridades.
Governador do mais rico e importante estado brasileiro, São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma comissão externa para apurar os fatos tão logo o caso veio à baila. Acontece que o tempo passou e até agora a população não sabe a que conclusão chegou a tal comissão externa. Se a alguma conclusão os integrantes da tal comissão chegaram, por certo alguém do governo deixou de comunicar aos paulistas.
Tão logo o nome de Robson Marinho surgiu no noticiário, a reboque das denúncias de recebimento de propina, o ucho.info foi célere ao afirmar que cabia ao governador Geraldo Alckmin sugerir a Marinho que deixasse o Tribunal de Contas do Estado, até porque não combina com a instituição um conselheiro acusado de corrupção. Mesmo que a Alckmin não coubesse a decisão de afastá-lo do cargo, em termos políticos teria sido melhor uma manifestação nesse sentido.
Desde então, este site vem citando o caso do mineiro Henrique Hargreves, amigo de longa data de Itamar Franco e que na ocasião foi temporariamente afastado do comando da Casa Civil da Presidência da República, enquanto duraram as investigações de uma denúncia de corrupção. Então presidente, Itamar deu carta branca à Polícia Federal, mas, encerrada as investigações, não hesitou em recolocar o amigo no cargo, para o qual Hargreaves voltou ainda mais forte. Com a atitude, Itamar Franco não apenas deu transparência ao seu governo, mas preservou o currículo do velho amigo. Isso mostra que Geraldo Alckmin ainda carece de maturidade política.