Prova dos nove – A grande imprensa brasileira continua errando de forma vergonhosa e irresponsável ao tratar os temas econômicos, sem fazer as devidas conexões entre os fatos que emolduram a crise que chacoalha o País em todos os seus quadrantes.
Na segunda-feira (11), os veículos de comunicação noticiaram a redução da inflação apara 2014, com base na previsão feita pelos economistas consultados semanalmente pelo Banco Central. De acordo com o Boletim Focus, os especialistas do mercado financeiro reduziram a projeção de inflação para o corrente ano de 6,39% para 6,26%. Esse recuo é reflexo do IPCA de junho, que ficou próximo de zero (0,01%).
Entre os motivos listados pelo ucho.info para a redução na projeção de inflação para 2014 estava a mudança de hábito dos consumidores brasileiros, o endividamento recorde das famílias e o elevado nível de inadimplência.
Caminho livre para a inadimplência
Para confirmar matéria deste site, a inadimplência do consumidor registrou alta de 4% em julho, em relação a junho, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (12) pela Serasa Experian. Na comparação com julho de 2013, houve alta de 11%. No acumulado de janeiro a julho, a inadimplência subiu 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os protestos foram os principais responsáveis pelo avanço do indicador, que registrou variação de 21,2%. Cheques sem fundos subiram 11,6% e dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas, contas de telefone, energia elétrica e água) tiveram alta de 6,1%. A inadimplência com os bancos cresceu 0,3%.
O valor médio das dívidas com os bancos teve queda de 6,8% nos primeiros sete meses deste ano, na comparação com o mesmo período em 2013. A inadimplência não bancária, os cheques sem fundos e os títulos protestados tiveram alta de 14,1%, 4,6% e 3,1%, respectivamente.