Declarações da contadora do doleiro Youssef exigem que o Partido Progressista seja investigado

alberto_youssef_02Lupa na mão – No depoimento prestado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, onde confirmou a ligação entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), a contadora Meire Bonfim da Silva Poza fez revelações importantes, apesar da sua pouca disposição de falar além do tema para a qual foi convidada.

Tratada como celebridade, quando na verdade deveria já estar presa por ter colaborado acintosamente com o esquema de Youssef, a contabilista disse sem titubear que além do PT, o Partido Progressista era um dos beneficiados da lavanderia comandada pelo doleiro preso na Operação Lava-jato, da Polícia Federal. Confirmando o que já havia afirmado à revista Veja, Meire Poza disse também que Adarico Negromonte, irmão de Mario Negromonte – um dos próceres do PP e ex-ministro das Cidades – atuava na estrutura do doleiro como uma espécie de “office boy” de luxo, fazendo o serviço de recepcionar políticos no aeroporto e fazer a entrega de dinheiro aos clientes do que ele chamou de “banco”.

No momento em que Poza ratifica o depoimento prestado à revista Veja, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal têm o dever de aprofundar a investigação para apurar a extensão do envolvimento do PP com a quadrilha capitaneada por Alberto Youssef, cujos tentáculos vão muito além do que revela a grande imprensa. É importante lembrar que o esquema de Alberto Youssef começou há anos e em parceria com o então deputado federal José Janene, já falecido e que ficou conhecido como “Xeique do Mensalão do PT”. À época, Janene era um dos parlamentares mais influentes do PP e não apenas desafiava Lula, mas a ele enviava recados duros e intimidadores, inclusive com ofensas pessoais.

Foi com José Janene que Youssef ampliou a sua rede de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de valores para o exterior, sempre utilizando empresas de fachada, as quais emitiam notas fiscais sem procedência apenas para dar suporte ao numerário transacionado pela quadrilha.

A presença de Adarico Negromonte na equipe de Youssef é motivo mais que suficiente para a abertura de um processo disciplinar na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para o envolvimento de parlamentares do PP com o esquema criminoso. O ucho.info afirma sem medo de errar que a cúpula do PP frequentava assiduamente o escritório do doleiro, assim como dos seus coligados, onde numa espécie de “beija mão” enchiam os bolsos com dinheiro de origem suspeita.

Foi do esquema financeiro operado por Alberto Youssef que saiu o dinheiro para financiar campanhas de alguns parlamentares do PP que concorriam a cargos na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, onde um cargo de destaque pode exigir investimentos de até R$ 5 milhões.

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