Morrendo na praia – Dilma Vana Rousseff, que tenta a reeleição, disse recentemente, em São Paulo, que “quem sempre fez continuará fazendo”. Como a petista nada fez até agora, não é errado concluir que nada será feito a partir de 2015, caso ela saia vitoriosa das urnas de outubro próximo. Mesmo assim, a presidente-candidata colocou o staff de sua campanha para trabalhar, pois quer imagens suas fora do gabinete presidencial, ou seja, tendo como cenário as obras inacabadas de seu desgoverno.
O que Dilma deveria ter feito, mas não fez, é cuidar da economia com responsabilidade. O desdém com que o assunto foi tratado levou o País a uma crise que preocupa cada vez mais. Para se ter ideia da teimosa continuidade do estrago que começou com Lula e alcançou o ápice com Dilma, a indústria paulista demitiu 15,5 mil funcionários de janeiro a julho deste ano, chegando a um patamar negativo jamais visto desde 2009, ano em que mais foram sentidos os reflexos da crise econômica global iniciada meses antes.
Na avaliação do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Paulo Francini, a perda de empregos da indústria nos últimos três anos foi “uma calamidade” e o setor não deve recuperar o fôlego em 2015.
Em julho deste ano, coincidentemente, o segmento manufatureiro paulista fechou iguais 15,5 mil postos de trabalho, conforme aponta a Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo. De acordo com Francini, a indústria deve encerrar mais de 100 mil vagas de trabalho este ano.
“Se nós somarmos os resultados são 88 mil empregos perdidos nos anos 2012 e 2013, e agora podemos chegar em 2014 com mais de 100 mil empregos perdidos, ou seja, você vai acumular mais de 180 mil empregos perdidos no período de três anos. É uma calamidade, é muito ruim”, afirma Francini.
Na leitura com ajuste sazonal, o emprego industrial caiu 0,70% em julho. Já no acumulado do ano, a perda significa uma queda de 0,60%, o pior desempenho desde 2009, quando índice caiu 2,03%.
Francini estima que as perdas registradas no emprego em 2014 não devem ser compensadas em 2015, como aconteceu em 2010, quando a indústria recuperou a perda de 112 mil postos de trabalho registrada no ano anterior 2009 com a criação de 115 mil empregos.
“Se você comparar com 2009, começava-se a viver no segundo semestre uma perspectiva de recuperação naquele ano e nós não a vemos em 2014. Portanto, o panorama de emprego durante 2014 ainda vai se acentuar para pior”, explica Francini.
Ele pondera, no entanto, que o cenário pode ser incerto uma vez que um novo governo pode assumir a administração do país.
“Não sabemos o que vai acontecer em 2015, se teremos um novo governo, mas não se prognóstica um desempenho muito favorável para o próximo ano”, diz o diretor da Fiesp e do Ciesp.