Tiro no pé – É cada vez maior o desespero dos petistas em relação à possibilidade de Dilma Rousseff ser derrotada nas urnas de outubro próximo. O desespero é tamanho, que o PT tentará convencer o eleitorado de que Marina Silva e Aécio Neves têm a mesma proposta em relação à economia e principalmente às mudanças necessárias.
Míope em termos políticos e sem qualquer dose de lógica, essa manobra tende a se transformar, em breve, em um tiro pela culatra, pois a população sabe que o Brasil vive uma grave crise econômica. A melhor e mais indesejada prova dessa crise surge no momento em que o salário do trabalhador acaba e o mês continua. Mesmo assim, os petistas continuam acreditando que partido é uma reunião de herdeiros de Aladim.
A ideia de colocar Aécio e Marina no mesmo balaio eleitoral tem por objetivo evitar que a ex-ministra do Meio Ambiente consiga cooptar os eleitores de Dilma, que vem repetindo o seu desejo de não entra em rota de colisão com seus adversários. Rasteira e suja, a tarefa ficará por conta da cúpula da legenda e do staff da campanha petista.
A sordidez do plano que nos próximos dias deverá ser deflagrado tem como mote o discurso de que Aécio ou Marina, independentemente de quem vença a eleição presidencial, buscará solucionar a crise a partir “no receituário amargo para o trabalhador, arrocho salarial e cortes na área social”. Pelo menos esse é o discurso que vem dominando os bastidores do PT.
Direito de tentar os petistas têm, mas sabe-se que o plano é altamente perigoso, uma vez que nada pode ser mais amargo para o trabalhador do que os baixos salários, a inadimplência, o endividamento e a incerteza em relação ao futuro. Para que o leitor compreenda o estrago promovido pelo PT na economia, a inadimplência já chegou à seara das concessionárias de serviços públicos, como fornecimento de água, energia elétrica e gás. No momento em que o cidadão deixa de pagar a conta de luz, por exemplo, ciente de que a qualquer momento poderá ficar no escuro, não há como o governo ou o PT tentar desmontar as criticas que os adversários da legenda fazem à política econômica.
Quando o ucho.info afirmou, em recente matéria, que a suposta consternação pela morte de Eduardo Campos teria prazo de validade extremamente curto, muitos duvidaram dessa possibilidade, mas a política, sórdida como sempre, terá mais uma vez espaço para a pancadaria eleitoral. E isso deve acontecer em questão de dias, pois o PT pretende massacrar Marina Silva, em especial nas redes sociais, por causa de sua postura conservadora em relação a determinados temas, como casamento entre pessoas do mesmo sexo e aborto.
Para Dilma, que recentemente participou da inauguração do Templo de Salomão e dias depois reuniu-se com uma legião de mulheres evangélicas, em São Paulo, a estratégia do partido tem tudo para ser um desastre. A não ser que os “companheiros” estejam decididos a implodir de vez a candidatura da pupila de Luiz Inácio da Silva, o apedeuta lobista.