Castelo de areia – Integrante da CPMI da Petrobras, o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), protocolou nesta sexta-feira (22) requerimento em que pede a convocação de Marcelo Barboza Daniel para prestar depoimento no colegiado. Marcelo Daniel é sócio de Humberto Sampaio Mesquita, genro do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, que desmontou um esquema de corrupção e desvio de dinheiro público que pode ter movimentado muito mais do que R$ 10 bilhões, Paulo Roberto Costa está detido na carceragem da PF, em Curitiba, sob suspeita de integrar a rede criminosa que lesou a estatal brasileira de petróleo. Já Marcelo Daniel é alvo de mandado de condução coercitiva da Justiça e, de acordo com o Ministério Público Federal, teria feito empréstimo no valor de R$1,9 milhão ao ex-dirigente da Petrobras, em 2013.
“Por entender que os indícios apontam para a suposta participação do senhor Marcelo Daniel no esquema de corrupção que se instalou na Petrobras é que a CPMI precisa apurar os fatos”, justifica o líder Bueno no documento endereçado ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Efeito cascata
Treze empresas foram alvo de ações de busca e apreensão pela Polícia Federal na sexta etapa da operação Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira. Ligadas ao ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, todas as empresas têm endereço na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, região da capital fluminense onde Costa matinha seus endereços comerciais.
A Operação Lava-Jato ainda não chegou à sua primeira metade e promete elucidar um emaranhado de atos de corrupção jamais visto no País. O ousado esquema teve origem com a parceria ilegal entre o doleiro Alberto Youssef e o então deputado federal José Janene, que ficou nacionalmente conhecido como o “Xeique do Mensalão do PT”.
A teia criminosa envolve um número muito maior de empresas do que o revelado até o momento, sendo que muitas delas são de fachada. A investigação da PF e do Ministério Público Federal ainda há de chegar às empresas de geração de energia elétrica, criadas para, na condição de apêndice da ilegalidade, substituir o malfadado Mensalão.
Carona indevida
Com objetivo meramente eleitoral, até porque em jogo está a retomada do Palácio do Planalto, o PSDB vem tentando encurralar o governo do PT para avançar no projeto político que tem o senador mineiro Aécio Neves como carranca. Por conta disso, os tucanos não perdem uma oportunidade sequer de ocupar a mídia verde-loura com denúncias acerca do escândalo de corrupção que alvejou a Petrobras e seus cofres.
Todo cidadão tem o dever de denunciar desmandos e atos de corrupção, mas é importante destacar que o PSDB deu de ombros por ocasião das denúncias feitas pelo ucho.info, ainda em 2009, sobre o esquema capitaneado por Youssef e Janene.
As graves denúncias feitas pelo editor do site, que permitiram às autoridades desmontar a ousada teia de corrupção, chegaram a ser classificadas como loucura pelos tucanos. Sem contar que alguns parlamentares da legenda trabalharam contra o nosso trabalho. Cinco anos depois, os tucanos querem posar de vestais, paladinos da moralidade.
