Hora da verdade – Na última sexta-feira (22) a senadora Gleisi Hoffmann concedeu entrevista a RPC TV (repetidora Rede Globo no Paraná) e afirmou que mal conhecia o pedófilo Eduardo Gaievski, quando levou-o para a Casa Civil e incumbindo-o de cuidar das políticas do governo federal para menores. Garantiu também a senadora petista que o deputado federal André Vargas (ex-PT), envolvido com o doleiro Alberto Youssef, jamais foi coordenador da sua campanha.
A verdade é muito diferente: Gaievski foi recrutado pelo PT através do marido de Gleisi, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), e pela própria senadora, em 2000. Em 2007, Gaievski entregou a Paulo Bernardo o título de cidadão honorário de Realeza. André Vargas é sempre identificado como coordenador da campanha de Gleisi sem que a senadora desmentisse o fato . A ligação de Vargas com Paulo Bernardo é antiga e resultou em diversos processos judiciais pela prática de caixa dois, alguns já na década de 90.
Gleisi foi buscar Gaievski em Realeza, no interior do Paraná, para que coordenasse sua campanha ao governo do Estado a partir de um posto-chave na Casa Civil. Foi o casal quem levou Gaievski a disputar, pelo PT, a prefeitura de Realeza em 2004. Foi na prefeitura (ele ganhou a eleição e se reelegeu em 2006 e ficou no posto até 2012) que Gaievski cometeu a maioria dos estupros contra menores que o levaram a cadeia, crimes que em breve lhe garantirão sentença que pode igualar ou superar a do médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por abuso sexual contra 37 pacientes.
A ligação de Gleisi e André Vargas está longe de ser casual. Além de ter iniciado na política coordenando campanhas de Paulo Bernardo à Câmara dos Deputados, Vargas comandou as campanhas de Gleisi ao Senado, à prefeitura de Curitiba e, agora, ao governo paranaense. André Vargas, que está a um passo de ter o mandato parlamentar cassado, recebeu doações de Gleisi para sua reeleição a Câmara dos Deputados em 2010.
Na última edição da revista Veja, uma nova denúncia sobre o deputado mostra suas ligações com o casal Gleisi e Paulo Bernardo. André Vargas, de acordo com a revista, teria lavado R$ 2,4 milhões para o doleiro Alberto Youssef usando a empresa paranaense IT7 Sistemas. A IT7 está envolvida em um grande número de denúncias de favorecimento ilícito do Serpro para ganhar licitações para aquisição de softwares para empresas do governo Dilma. O Serpro é presidido pelo petista Marcos Mazoni.