Hora da verdade – Divulgada no começo da noite desta quarta-feira (3), a mais recente pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial mostra a petista Dilma Rousseff com 37% das intenções de voto, seguida por Marina Silva (PSB) com 33%. O tucano Aécio Neves (PSDB) aparece em terceiro com 15%, enquanto que o quarto colocado, Pastor Everaldo (PSC), tem 1%. Os outros sete candidatos, junto, somam 2%.
De acordo com o levantamento, um eventual segundo turno entre Dilma e Marina, a ex-senadora do Meio Ambiente venceria com 46% dos votos, contra 39% da atual presidente da República. Em um disputa, em segundo round, entre Dilma e Aécio Neves, a petista venceria com 47% dos votos, contra 34% do tucano.
Na pesquisa Ibope anterior, divulgada no último dia 26 de agosto, Dilma tinha 34%, Marina, 29%, e Aécio, 19%. De lá para cá, contingente dos que não sabiam ou não responderam passou de 8% para 5%, enquanto o dos que declararam voto branco ou nulo se manteve em 7%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Encomendada pela TV Globo e pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, a pesquisa contradiz os resultados dos levantamentos realizados em São Paulo e no Rio de Janeiro, dois dos três maiores colégios eleitorais do País e onde Marina Silva aparece na frente. Considerando que pesquisa de opinião é uma obra estatística que se baseia na amostragem, há algo errado no meio desse caminho.
Sem intereferência
Na pesquisa espontânea, em que os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Dilma Rousseff lidera com 31%, enquanto Marina Silva, segunda colocada, aparece com 25%. O senador mineiro Aécio Neves, em terceiro, tem 11%. Há nessa modalidade um detalhe importante e que pode decidir a eleição: os eleitores que não sabem ou não responderam (23%) e os que declararam voto branco ou nulo somam (9%), juntos, 32%. Ou seja, na pesquisa espontânea esse contingente empata com Dilma, o que reforça um desejo de mudança que ainda não foi saciado.
No âmbito geral, a situação de Dilma Rousseff é pouco confortável quando o assunto é índice de rejeição. A candidata petista A reeleição puxa a fila com 31%, seguida por Aécio Neves (18%), Pastor Everaldo (18%), Levy Fidelix (12%) e Marina Silva (12%). Em outras palavras, entre os três candidatos que estão na dianteira, Marina Silva é a que tem mais chances de conquistar os votos dos indecisos.
Radiografia do erro
A queda de Aécio Neves nas últimas semanas pode parecer estranha para muitos que sonham com a retirada da esquerda do poder central, mas é resultado de um conjunto de equívocos. O primeiro deles é que na condição de líder da oposição, o PSDB deixou muito a desejar nos últimos onze anos e meio. Em segundo lugar está o discurso difícil e nada empolgante de Aécio Neves, que como qualquer tucano ainda não aprendeu a falar a “língua” do povo.
O terceiro equívoco recai sobre escolha do candidato a vice na chapa de Aécio, decisão que o ucho.info criticou desde quando assunto ainda estava na seara das especulações. Senador por São Paulo apenas porque pegou carona na morte de Orestes Quércia, em 2010, Aloysio Nunes Ferreira nada acrescentou à campanha tucana. Nem mesmo no estado de São Paulo, seu reduto político-eleitoral, Aloysio conseguiu puxar o presidenciável Aécio para, pelo menos, o segundo lugar das pesquisas. Na terra dos bandeirantes o mineiro Aécio também está em distante terceiro lugar.
Para resumir, repetindo o que afirmamos desde os preâmbulos da corrida presidencial, o PSDB é forte candidato a continuar contemplando o Palácio do Planalto do outro lado da Praça dos Três Poderes.
