PPS faz gazeta na CPMI da Petrobras, mas se cala diante do “laranjal” do avião de Campos

cessna_560xl_03Silêncio obsequioso – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) é um dos timoneiros da oposição na cruzada para desvendar as entranhas da Operação Lava-Jato, que tem fervilhado nos últimos dias por causa da delação de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso pela Polícia Federal sob a acusação de integrar o esquema criminoso operado pelo doleiro Alberto Youssef.

Os oposicionistas estão a esfregar as mãos depois da determinação judicial que obriga Paulo Roberto Costa a comparecer à CPMI da Petrobras, na quarta-feira (17), como já noticiamos, mas há outros assuntos graves envolvendo a política nacional, principalmente a corrida presidencial, que precisam ser elucidados.

Um deles é o escândalo que paira em torno do Citation 560 XLS, que em 13 de agosto passado despencou na cidade de Santos, no litoral paulista, matando o então presidenciável Eduardo Campos (PSB) e outros seis ocupantes.

Desde então, as autoridades envolvidas na investigação tentam identificar o verdadeiro responsável pela aquisição da aeronave que estava a serviço da campanha de Campos, assim como tenta descobrir o rastro do dinheiro usado no pagamento das prestações do arrendamento do avião e dos recursos que custearam nos aeroportos. Há nesse imbróglio um sem fim de informações desconexas, muitas das quais levam a “laranjas” e a empresas de fachada.

Muito estranhamente, o PPS, que durante onze anos e meio centrou a verborragia na direção do Palácio do Planalto por causa da impressionante onda de corrupção que tinha na proa a carranca bandoleira do PT, agora silencia diante do escândalo do avião que se acidentou no litoral de São Paulo. Essa mudança repentina de comportamento por parte do PPS tem uma explicação injustificável: o partido, presidido nacionalmente pelo deputado federal Roberto Freire (SP), faz parte da coligação que sustenta a candidatura de Marina Silva, que ocupou o lugar de Eduardo Campos. Sempre lembrando que Marina cobrou apenas uma única vez explicações sobre o imbróglio, enquanto o PSB escalou Beto Albuquerque, candidato a vice, para falar sobre o assunto, que saiu do noticiário.

Esse recuo do PPS mostra que o combate à corrupção depende muito mais da vontade da população do que da ação dos políticos que são eleitos para, em tese, defender os interesses do Brasil e dos brasileiros. Como no momento o que mais importa é a eleição, que vá às favas o estranho caso do avião que caiu com Eduardo Campos. Até porque, se Marina Silva for eleita, a operação abafa será finalizada. Isso se o escândalo não culminar com a cassação do registro de sua candidatura.

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